Senadores da CAE querem ouvir Palocci e Meirelles sobre política econômica e acordos com FMI



A Comissão de Assuntos Econômicos aprovou requerimento dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) e vai convidar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para explicarem a política econômica do governo, os efeitos do acordo com o Fundo Monetário Internacional e a exigência de crescentes superávits fiscais na economia. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) quer também explicações sobre os critérios de liberação de verbas para as vítimas das enchentes no Nordeste.

O senador Eduardo Suplicy disse que apresentou seu primeiro requerimento no ano passado, com a total concordância do líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Palocci e Meirelles chegaram a marcar data para falarem à CAE em três oportunidades, mas, em todas, pediram cancelamento alegando compromissos urgentes. O requerimento perdeu validade porque era de 2003, mas foi reapresentado na sessão desta terça-feira (2), e aprovado por unanimidade.

O senador Tasso Jereissati, na condição de co-autor, disse que é preciso que principalmente o presidente do Banco Central seja ouvido antes da próxima reunião do Comitê Central de Política Monetária (Copom). "É preciso que se explique a decisão incompreensível do Copom, na última reunião, de manter as taxas de juros em níveis estratosféricos, paralisando a atividade econômica, tornando o país praticamente inviável", disse Tasso.

O presidente da CAE, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), disse que foi dormir exatamente pensando no assunto, porque é preciso que se debata a política econômica, que levou o país à primeira recessão desde 1992.

- As medidas anunciadas, de estímulo à construção civil, são meramente paliativas e não vão resolver o problema. A economia precisa ser induzida a crescer, o que não é feito apenas por meio de leis, mas de ações governamentais - disse Tebet.

Antônio Carlos Valadares disse que o ministro Ciro Gomes enfrenta dificuldades e não pôde socorrer as vítimas das enchentes por ter suas verbas contingenciadas, e o ministro da Fazenda tem que explicar também esse fato. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) discordou: "Sou amigo e admirador do ministro Ciro, votei nele e trabalhei pela sua eleição para presidente da República, mas ele tinha que exigir, impor sua voz dentro do governo", disse.



02/03/2004

Agência Senado


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