SIMON VOLTA A DEFENDER CPI DOS CORRUPTORES



Ressalvando que não deseja que sua idéia sirva de pretexto para impedir a instalação das CPIs do Judiciário e do Sistema Financeiro, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu nesta terça-feira (dia 30) a instalação da CPI dos Corruptores. Como há uma decisão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para o arquivamento dessa CPI, o parlamentar pretende pedir na próxima semana urgência na votação de um recurso para instalá-la. Na opinião do parlamentar, o Senado pode perfeitamente realizar essas três comissões de inquérito.- Eu acho que, de repente, essas Casas - a Câmara e o Senado - podem fazer aquilo em que ninguém acredita. Porque na verdade ninguém acredita que estamos dispostos a trabalhar para valer - afirmou.Conforme Pedro Simon, uma indagação freqüente na imprensa é sobre como o Legislativo vai trabalhar com três CPIs no Senado e duas na Câmara, todas funcionando ao mesmo tempo. "Então, a expectativa é a pior possível. Dizem que Jader Barbalho propôs a dele para dificultar a do Antonio Carlos Magalhães; e que o Simon entrou com uma terceira que é para não sair nada", afirmou.Ele observou também que, estando as duas Casas empenhadas nas reformas tributária e política, a imprensa aponta isso como mais uma dificuldade. "Dizem que o PMDB quer a reforma tributária na Câmara porque o PFL quer a reforma política no Senado. Eu acho que essas reformas são muito importantes e torço por elas. Mas acho as CPIs também da maior importância. Será que o parlamentar não pode dar um pouco mais de si e uma dedicação maior e surpreender até aqueles que pensam diferente?", argumentou o senador.No entender de Simon, as CPIs do PC, do Orçamento e dos Precatórios provaram claramente que "no Brasil, a corrupção nasce na campanha eleitoral". Em sua opinião, há gente séria e honesta levada a isto. "É por exemplo candidato a prefeito, vê o adversário com uma montanha de dinheiro, depois vem alguém também oferecer-lhe dinheiro, ele acaba aceitando, sem se dar conta de que essa gente não está dando nada. É o Tesouro que termina pagando tudo".Como exemplo, o senador sustentou que Paulo César Farias (o tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor) começou a fazer corrupção ainda na campanha eleitoral. Por isso ele acha tão importante investigar os corruptores. Mas reconheceu que o momento é delicado e que exige muita competência por parte dos políticos. "A imprensa está aí olhando e indagando o que vai acontecer. E estão aí duas CPIs", lembrou ele. Ele informou ter comunicado ao líder do PMDB que reapresentaria sua idéia, já que essa é uma luta que dura cinco anos. "Mas, ao mesmo tempo, eu tenho que ter a sensibilidade de ver as circunstâncias que estamos vivendo. A imprensa disse que eu vou detonar as outras CPIs. Dessa eu não quero ser culpado. Eu acho que está havendo serenidade. Nós estamos entendendo que o momento é delicado. Mas estamos caminhando em cima de um fio de arame, as circunstâncias são muito delicadas."

30/03/1999

Agência Senado


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