Suplicy diz que FHC deve ser humilde ao falar de Lula



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) recomendou que tanto o presidente Fernando Henrique Cardoso quanto os demais integrantes do governo federal assumam uma postura de humildade quando forem se manifestar sobre a possibilidade do candidato à presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assumir a direção do país. Suplicy leu artigo intitulado "O Efeito FHC" do economista e professor universitário Paulo Nogueira Batista Júnior, publicado na edição desta quinta-feira (dia 23) do jornal Folha de S. Paulo, para em seguida salientar que os atuais índices econômicos não respaldam uma postura arrogante por parte do governo.

No artigo, o autor lembra que o setor público brasileiro suporta uma elevada carga de juros. Nogueira cita levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) segundo o qual o Brasil é um dos países com maiores despesas com o pagamento de juros - cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20,5% do gasto público total. "Nenhum dos outros 11 países pesquisados, sendo sete da América Latina e cinco do Leste da Ásia, registra dados próximos aos do Brasil", pontua o economista.

Outro dado do texto, destacado por Suplicy, demonstra que o país também enfrenta dificuldades com respeito às contas externas. Projeções para 2002 referentes a um conjunto de 25 economias emergentes publicadas pela revista The Economist, indicam que só a Polônia e a República Tcheca apresentarão déficits em conta corrente superiores ao do Brasil.

- Esses números estão a indicar que seria próprio ao presidente e aos membros do governo Fernando Henrique Cardoso maior grau de humildade - frisou Suplicy, ressaltando o recente anúncio de que a dívida mobiliária do governo cresceu, desde o começo do governo, de R$ 61 bilhões para mais de R$ 600 bilhões.

Suplicy disse que, com Lula na Presidência, a médio e longo prazo os investidores internacionais chegarão à conclusão de que o país poderá crescer, distribuir melhor a renda, desenvolver a economia e construir uma nação mais equilibrada.

- Os investidores vão perceber que os investimentos que fizerem no país serão seguros e confiáveis - enfatizou o senador.



23/05/2002

Agência Senado


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