TEBET ENVIA CARTA A FHC PEDINDO QUE CUMPRA PROMESSA DE GÁS BARATO



O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) anunciou ao plenário o envio de carta ao presidente Fernando Henrique Cardoso cobrando o cumprimento da promessa de que pelo menos a termelétrica de Corumbá possa comprar gás boliviano a preço mais baixo. De acordo com um plano do governo federal, Mato Grosso do Sul terá três termelétricas, sendo as outras duas em Campo Grande.
- Estou cobrando porque começou a construção de uma termelétrica do lado boliviano, em Porto Suarez, que usará gás a preço extremamente baixo e depois poderá vender sua energia em Corumbá. Isso é um golpe de morte na nossa termelétrica. É um golpe no futuro de Corumbá - afirmou.
De acordo com o senador, uma empresa norte-americana já está trabalhando na construção da linha de transmissão de energia nos 18 quilômetros que separam Corumbá da futura usina em território da Bolívia. Ele lembrou que o presidente prometeu gás boliviano mais barato para Corumbá porque o município está na divisa com a Bolívia, perto de onde o gás é extraído. "Não tem sentido Corumbá pagar o mesmo preço que indústrias de São Paulo", protestou.
Ramez Tebet ressaltou que, pela Constituição, o governo deve orientar sua política econômica para a redução das desigualdades sociais e regionais. O senador lembrou que Corumbá é uma cidade isolada do resto do país "e espera sua oportunidade há séculos". A região possui a segunda maior reserva brasileira de minério de ferro, a segunda de manganês e a primeira de calcário, disse o senador, sustentando que Corumbá precisa do gás mais barato para industrializar suas jazidas de minérios.
A preocupação do senador baseia-se na atual legislação energética brasileira, pela qual qualquer empresa pode produzir e vender eletricidade às empresas de distribuição. No caso, o grupo instalado do lado boliviano poderá vender energia e até mesmo reivindicar o uso do atual sistema de distribuição de energia da região de Corumbá.
Tebet foi apoiado em apartes dos senadores Juvêncio da Fonseca (PFL-MS), Jonas Pinheiro (PFL-MT), Bernardo Cabral (PFL-AM) e Gilberto Mestrinho (PMDB-AM). Mestrinho alertou que, "com tanta restrição ambiental que andam fazendo no Brasil", não é exagero afirmar que, no futuro, o Mato Grosso do Sul "não poderá nem mais criar boi, sendo obrigado a viver da imagem de sua flora e da fauna".

11/04/2000

Agência Senado


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