Tião Viana renuncia ao mandato para assumir governo do Acre




O senador Tião Viana (PT-AC) renunciou ao mandato nesta terça-feira (21), em caráter irrevogável, e se despediu do Senado, para assumir o governo do estado do Acre no próximo dia 1º de janeiro. Seu suplente, Aníbal Diniz (PT-AC), tomou posse logo em seguida, prestando o compromisso constitucional.

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Tião Viana lembrou que em seus 12 anos como parlamentar acompanhou a luta política em torno de temas como o novo Código Penal, o controle do Poder Judiciário, a reforma previdenciária, os pequenos avanços da reforma tributária e a eleição de Lula à condição de presidente da República.

- Convivi com todos os colegas, preservando as relações de respeito, de convivência, de valores e, ao mesmo tempo, nunca abrindo mão do posicionamento político necessário à parte com a qual eu convivia, que era o querido Partido dos Trabalhadores, com essa querida e combativa bancada com que pude conviver em três legislaturas que se seguiram: de José Eduardo Dutra a Ideli Salvatti, a Aloizio Mercadante, a Suplicy, a Heloísa Helena - relatou.

O senador também destacou sua atuação como líder do governo na transição, líder do PT no Senado, líder do Bloco de Apoio ao Governo, duas vezes vice-presidente do Senado e presidente interino da Casa por 60 dias. Ele ressaltou o debate sempre franco, sério e respeitoso que manteve com o presidente José Sarney, mesmo quando tiveram momentos de divergência.

- Se dependesse de mim esta Casa teria como prioridade a sua agenda da reforma política. Um item por ano, não precisaria mais do que isso, para mudar a imagem da estrutura política brasileira. Bastaria um grande tema da reforma política por ano e, em quatro anos, teríamos dado uma extraordinária contribuição ao Brasil - sugeriu.

Outra sugestão de Tião Viana foi a reforma trabalhista. Ele disse que é preciso trazer o tema de volta para uma agenda nacional. O senador também avaliou que a reforma tributária, herdada de uma reforma de 1967 e baseada na centralização do Estado, da concentração de poder na figura da União, deveria ter consequência. Ele salientou que o país tem um pacto federativo a ser tratado e ser colocado na Ordem do Dia de uma agenda política nacional. 

Apartes 

O senador José Agripino (DEM-RN) disse, em aparte, que apesar de serem adversários políticos, sempre foram amigos fraternos. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse que Tião Viana é o símbolo do parlamentar negociador. O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) ressaltou a amizade, a convivência sadia e o relacionamento positivo entre os dois.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) assinalou a preocupação de Tião Viana com o setor de saúde e a sua capacidade para o diálogo. O senador Marco Maciel (DEM-PE) disse que Viana está destinado a fazer um excelente governo no Acre, pois conhece em profundidade as dificuldades.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) destacou a determinação, o espírito combativo e a habilidade de negociador, que sempre respeitou os demais parlamentares. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) destacou a convivência de elegância entre contrários. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse que Tião Viana foi sempre uma ponte entre governo e oposição, seguindo a mesma linha do irmão Jorge Viana.

A senadora Fátima Cleide (PT-RO) afirmou que "não se despediria" de Tião Viana, mas fez questão de registrar o momento em que o senador assume o desafio de governar o Acre. O senador Mão Santa (PSC-PI) disse que conhece o respeito que Tião Viana tem da classe médica e da classe política. O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) disse que estará sempre à disposição do colega.

O senador Magno Malta (PR-ES) lembrou ter conhecido Tião Viana quando exerceu o primeiro mandato como deputado federal e os dois iniciaram uma grande amizade. O senador José Nery (PSOL-PA) disse que Viana se destacou no Congresso como promotor de melhorias nas políticas públicas de saúde e pela defesa da ética na política.



21/12/2010

Agência Senado


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