Tito Uchôa coloca-se à disposição para acareação com João Lyra



Tito Uchôa, o homem apontado pela revista Veja como o primo do presidente do Senado, Renan Calheiros, que teria servido de "laranja" do parlamentar para a compra de duas rádios e um jornal em Alagoas, esteve na manhã desta sexta-feira (17) no gabinete do corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP). Uchôa, que estava justamente sendo procurado por Tuma em Maceió na manhã desta sexta, deixou uma carta ao corregedor, colocando-se à disposição para uma acareação com o usineiro João Lyra. Este últimoafirmou a Tuma na quinta-feira (16) ter sido sócio de Renan nas emissoras de comunicação que foram registradas em nome de Uchôa.

Na carta, Tito afirma que tomou conhecimento das "descabidas acusações" de Lyra envolvendo o seu nome e que, se for convocado para prestar depoimento e ser acareado com o usineiro, comparecerá "com imenso prazer".

Por telefone, Tuma, que se surpreendeu ao saber que Uchôa estava em seu gabinete, afirmou que pretende ouvi-lo e, se possível, fazer a acareação para dirimir pontos conflituosos no depoimento de João Lyra.

- Resta saber se o depoimento seria perante a corregedoria ou o Conselho de Ética, mas, com certeza, será necessário ouvir o Uchôa, para saber a versão dele do caso - explicou Tuma à Agência Senado, nesta sexta, por telefone.

Tuma lembrou ainda que João Lyra deixou claro que não gostaria de vir a Brasília para depor no Senado, alegando constrangimento, já que a instituição é presidida por Renan Calheiros. No entanto, para o senador pelo DEM, é fundamental a acareação entre Lyra e Uchôa.

- Vamos tentar convencê-lo (João Lyra) a vir a Brasília - disse Tuma, para quem seria melhor que a acareação fosse feita no Senado.

A Mesa do Senado decidiu na quinta-feira (16) encaminhar ao Conselho de Éticae Decoro Parlamentar representação protocolada pelo DEM e pelo PSDB contra Renan por quebra de decoro parlamentar. Os dois partidos querem que o colegiado investigue a denúncia da revista Veja de que Renan teria comprado, em parceria com o ex-senador e usineiro João Lyra, mas registrado em nome de terceiros, duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas.

Segundo a revista, a empresa JR Radiodifusão, que teria sido usada por Renan e Lyra para a compra das empresas de comunicação, estaria, atualmente, em nome de Uchôa e de Renan Calheiros Filho, prefeito de Murici e filho do presidente do Senado, mas teria sido registrada originalmente em nome de Carlos Ricardo Santa Ritta, funcionário do gabinete de Renan, e de José Carlos Pacheco Paes, representante de João Lyra.



17/08/2007

Agência Senado


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