Trechos da coletiva do governador Geraldo Alckmin e da presidente do Fussesp, Maria Lúcia Alckmin, a



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Projeto Universidade Cidadã Pergunta: Como vai funcionar o projeto e de que forma serão feitas as parcerias com os municípios? Maria Lúcia Alckmin: O objetivo da Universidade Cidadã é aproximar o jovem universitário da população carente. O Fundo Social de Solidariedade quer esta parceria, então convidou as presidentes de Fundos de todos os municípios do Estado, os reitores de universidades, diretores de faculdades, órgãos ligados à Justiça e secretarias de Estado para fazermos essa parceria. Pergunta: Isso vai funcionar como um pequeno projeto Rondon? Maria Lúcia Alckmin: Sim. O jovem universitário muitas vezes só sabe a teoria, e não sabe, na prática, a realidade do seu País, cidade ou região. Então é isso que nós queremos, ensinar cidadania e eles vão ensinar. Pergunta: Essa primeira etapa começa com as faculdades de Direito e depois serão as outras? Maria Lúcia Alckmin: Hoje nós começamos com as faculdades de Direito, depois traremos as faculdades de medicina, odontologia e todas as faculdades que quiserem participar. Pergunta: Já existem vários projetos concretos assim em São Paulo, a senhora se inspirou em algum? Poderia citar algum como exemplo? Maria Lúcia Alckmin: Posso citar vários. Existe em Franca um trabalho com pessoas de necessidades especiais realizado pela Unesp; existe em São José do Rio Preto com crianças e jovens carentes; existe aqui na USP um trabalho muito grande, inclusive com cursinho de vestibular para jovens carentes. A PUC lançou uma revista sobre cidadania. Então existem muitos exemplos e a gente se espelhou neles para criar esse trabalho. Pergunta: Haverá condições de captar outras atividades que estejam sendo desenvolvidas além de universidades específicas, por exemplo, um centro cultural que esteja promovendo algo de cidadania tem condições de absorver isso também? Maria Lúcia Alckmin: Com certeza. Todos os trabalhos que estejam sendo desenvolvidos junto a comunidade carente, a gente está indo conhecer e procuramos mostrar para as pessoas. Temos que aproveitar este ano que é o ano da solidariedade e do Voluntariado e falar para as pessoas, ensinar a ser solidários. Nós lançamos a Campanha do Agasalho e falamos: não basta dar o agasalho, precisa enxergar aquele ser humano, aquela pessoa carente. As pessoas estão acostumadas a ver a pobreza, mas não podem se acostumar, são seres humanos, não podem fazer parte da paisagem. Metrô Pergunta: (inaudível) sobre a greve do Metrô Alckmin: Com relação a questão dos metroviários, houve uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho - TST, que estabeleceu reajuste de 7% e cortou a produtividade que era pleiteada. Essa é uma decisão Judicial. O Governo do Estado fez uma proposta até melhor, com reajuste de 6% mas mantendo o conjunto de benefícios, como hora extra, adicional noturno... Houve uma assembléia e resolveram não aceitar nem a decisão judicial nem a proposta do Governo. Então o Governo já recorreu ao TRT pedindo a declaração da greve como abusiva e ilegal, há um entendimento jurídico que o Metrô, mesmo em greve, deve manter 100% dos trens em horários de pico e fora do horário de pico, 50% dos trens. Isso não foi respeitado, nós entramos na Justiça e esperamos o mais rapidamente uma decisão judicial. É importante explicitar que a remuneração média do Metrô é de R$ 2.200,00, sem o reajuste que vai ser dado, é mais que o dobro da média dos usuários do Metrô. Pergunta: o TRT acaba de declarar a greve dos metroviários abusiva, como é que o senhor viu manhã de hoje na cidade de São Paulo, 5a maior do mundo praticamente parada nos principais corredores urbanos por causa da greve? Alckmin: São minorias radicais que apostam no caos, não cumprem a lei e não respeitam o direito básico da população, que é o direito de transporte coletivo, que prejudicam a população que mais necessita de um transporte coletivo de alta capacidade como é o Metrô, e o Governo vai agir com absoluta firmeza, como fez, recorrendo ao Tribunal e agora fazendo cumprir a decisão judicial. Política Pergunta: Neste final de semana o PSDB se reuniu com economistas para discutir a proposta econômica do PT. Como o Governo vai lidar com essa proposta? Alckmin: Acho que é uma proposta a ser avaliada. Na realidade é um conjunto de boas intenções, que ainda não explicita de maneira prática como essas questões se consubstanciam em medidas mais efetivas. Mas acho que é sempre bom discutir conteúdo e política em alto nível, discutir questões do interesse do país, embora ainda seja uma proposta que não tenha objetivos práticos, é um bom começo. Pergunta: O deputado José Anibal declarou que o Partido deve apresentar as propostas que o Governo já realizou e para um futuro e ir para um debate com o PT, como mérito de reconhecer a agenda, que é irreversível, a agenda econômica do Governo. O senhor acha que o Partido deve ir para um debate com o PT? Alckmin: Não só com o PT, mas com todos os partidos. Eu acho que nós temos o mal costume na política brasileira de não discutir conteúdo, mas discutir acessórios, não discutir programas, mas discutir personalismos, fofocas políticas. Eu acho que essa mudança cultural na política brasileira é importante. Discutir o mérito das questões, ai sim podemos verificar quais são as reais propostas. O que tem caracterizado o PT é uma absoluta dissonância entre o que ele fala e o que ele faz. Ele fala uma coisa na oposição e faz outra coisa no Governo, não há nenhuma coerência entre o falar e o fazer. Vamos ver se no caso da proposta federal, se essas propostas são exeqüíveis ou é apenas uma carta de intenções que depois, na prática, não se acaba cumprindo. Pergunta: (inaudível) sobre José Anibal. Alckmin: Nós temos conversado, ele é o presidente nacional do Partido, acho que ele está fazendo um trabalho bom. Você não tem democracia sem partidos políticos fortes. O Brasil precisa ter menos partidos políticos, e um sistema partidário menos fragmentado, e ter partidos com mais conteúdo, programas de fidelidade partidária. José Anibal, presidente nacional do partido, está fazendo esse trabalho de organização partidária, de debate interno, acho que isso é muito positivo. Pergunta: o que o senhor citaria como exemplo dessa dissonância do PT? Alckmin: Tudo. É só você pegar tudo o que se falava contra o Pitta e contra o Maluf e ver o que está sendo feito. É só pegar pelo lixo, criação de cargos, critérios de aumento de funcionalismo, de nomeação sem concurso, você vai ver... A questão da educação que não podia utilizar os 30% na folha der salário de aposentados e pensionistas.

06/25/2001


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