Tubino nega envolvimento do governo do Estado com jogo do bicho



O delegado Luiz Fernando Tubino negou, em depoimento prestado à CPI da Segurança Pública nesta quinta-feira, dia 21 de junho, as declarações que lhe foram atribuídas por integrantes do Conselho Superior de Polícia sobre supostas ligações entre o governo do Estado e o jogo do Bicho. Dos 12 membros do conselho que depuseram na Comissão de Inquérito, apenas quatro confirmaram ter tomado conhecimento de comentários sobre o assunto. Na opinião de Tubino, as manifestações dos delegados representam uma retaliação à sua conduta na Chefia de Polícia, que contrariou interesses pessoais e privilégios de integrantes da corporação. O delegado entregou aos membros da CPI uma série de documentos que comprova a contrariedade destes interesses e coloca em dúvida a postura dos quatro delegados. Para os representantes do PT na Comissão de Inquérito, Ivar Pavan e Ronaldo Zulke, o depoimento de Tubino deixou claro que a tentativa de ligar o governo do Estado ao jogo do Bicho é uma ação política premedita por alguns policiais com o objetivo de desgastar a atual administração. “Trata-se de um grupo de delegados muito bem identificado e que, inclusive, se articula em torno de uma chapa para a direção da associação da categoria. Este grupo tem estimulado a boataria em torno do assunto, visando desgastar o governo. Ao mesmo tempo, busca promover retaliações de ordem pessoal, procurando vingar interesses contrariados”, avalia Zulke. O líder do governo, Ivar Pavan, considera que o depoimento de Tubino trouxe elementos importantes para a análise do testemunho dos quatro delegados. “Foram quatro versões diferentes sobre o mesmo tema, sem apresentação de nenhuma prova, apenas reproduzindo comentários de corredor”, aponta. Ele defende que a CPI adote, daqui para frente, uma postura mais criteriosa em relação às testemunhas que convoca e as denúncias que acolhe. “Os documentos apresentados pelo delegado Tubino não deixam dúvidas de que os quatro denunciantes buscam retaliar o ex-chefe de Polícia e o governo do Estado em função de interesses pessoais que deixaram de ser atendidos no atual governo”, conclui.

06/21/2001


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