Resumo de Azores: Diário Insular -

O veleiro "Alexander Von Humboldt"
foi construído em 1906, inicialmente como navio que actuava como um
farol, ancorado permanentemente e sem meios de propulsão que vigiava a
costa alemã.
O veleiro escola/cruzeiro "Alexander Von Humboldt" partiu ontem do cais
de Ponta Delgada rumo ao porto de Bremerhaven, na Alemanha.
A bordo partiu uma tripulação de 55 elementos de nacionalidade alemã,
que veio substituir a equipa anterior que trouxe o "Alex", como referiu
o Capitão Kreimer, até Ponta Delgada.
Cerca de 30% dos elementos nunca navegaram num veleiro desta
envergadura, com 62 metros de comprimento e construído em 1906. Durante
o Inverno, o "Alex" para além de ser um veleiro-escola, também percorre
o Atlântico como veleiro- cruzeiro, como foi o caso da paragem em São
Miguel, levando a bordo pessoas que um dia sempre desejaram participar
numa experiência destas.

Segundo Ruth Kopka "nós quisemos vir mais cedo para visitar a ilha.
Estamos cá há três dias e já demos a volta à ilha de carro, acho que é
um verdadeiro paraíso".
Em conversa com um dos elementos residentes da tripulação, Christian
Mark, ficamos a saber que todas as pessoas que ingressam numa
aventura destas pelo Atlântico, a bordo do "Alex" têm também uma função
aquando da navegação propriamente dita.
"Não ficam apenas a observar, cada pessoa acaba por ter uma tarefa, o
que acaba por ser mais gratificante. Para além disso existe uma equipa
residente de tripulantes profissionais que orienta a viagem, que inclui
uma médica, um engenheiro, o capitão, entre outros profissionais do
mar", salienta Christian Mark.
O veleiro "Alexander Von Humboldt" partiu do porto Bremerhaven em Maio
de 2007 para uma viagem pelo Atlântico levando a bordo inicialmente uma
equipa de 35 elementos, na maioria jovens que estão a aprender a arte
de navegação. Esta equipa foi substituída e regressou ontem de manhã à
Alemanha. O veleiro faz parte de um projecto-escola que ensina jovens,
que podem ter aulas regulares nos navios, permanecendo por vezes seis
meses no navio e depois regressam à Alemanha para acabar o curso.
Questionado acerca do percurso que um jovem tem de ter até chegar a
Capitão, Christian Mark realça que um dos aspectos especiais deste
veleiro tem a ver com o facto de que os alunos quando entram no veleiro
adquirem muita experiência.
"Porque todo um percurso feito pelo jovem inexperiente até chegar ao de
capitão, tem fundamentalmente a ver com as viagens de longa distância,
aliada depois à formação teórica que adquirem na Alemanha", refere,
acrescentando "que ao contrário dos veleiros ingleses que exigem
qualificação para iniciar uma viagem, neste, tu podes entrar sem
experiência e atingir um alto patamar de qualificação".

"A maioria dos elementos desta nova tripulação que entrou, têm na Alemanha os seus empregos e, como não têm um período de férias
contínuo, acharam por bem fazer este passeio nesta altura ao longo do
Atlântico. Uma viagem dividida em duas ou três grandes paragens para
que a tripulação possa ser trocada, como aconteceu em São Miguel, logo
esta foi uma paragem regular", segundo o marinheiro.
Nesta longa viagem até chegar ao porto de Ponta Delgada, o "Alex"
percorreu o Mediterrâneo, Sul da América, Bermudas, Espanha, Portugal
(Horta e São Miguel).
Após a partida do porto açoriano, o veleiro neste momento ruma com
destino a França, depois terá uma breve paragem na Holanda e regressa
ao nosso país de origem, Alemanha, onde permanecerá duas semanas para
manutenção.

Para Christian Mark, a ilha de São Miguel é como "uma pérola no oceano".
"Acho a ilha muito bonita. Quando uma pessoa vai numa viagem marítima
de longa duração, em que passamos dias, semanas sem visualizar terra e,
portanto, estar numa ilha novamente é uma experiência muito rica",
conclui.

Resumos Relacionados