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Introdução à Retórica (2)
(Olivier Reboul)

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O quarto capítulo é o que faz a maior análise de trajetória histórica, no tocante à retórica. Nele encontramos referências que vão desde os oradores romanos mais famosos (como Cícero e Quintiliano), até os trabalhos mais recentes de estudiosos do tema como Perelman e Olbrechts-Tyteca, passando pelos escolásticos no período medieval e pelas perspectivas filosóficas de filósofos do porte de René Descartes e David Hume no que se refere à questão da análise do discurso. Destaque especial deve ser dado à retórica desenvolvida pelos romanos, a qual, segundo o autor, incorporava elementos teatrais como a mímica ao escopo da argumentação. Igualmente deve ser ressaltado o modo como este autor enfoca a obra de Perelman e Olbrechts-Tyteca, no sentido de retomar as contribuições aristotélicas e trazer novamente a retórica para um papel de destaque no cenário filosófico da contemporâneidade. Para Reboul, o século 20 observa uma retomada da retórica, porém constata que isto muitas vezes ocorre com um esvaziamento de seu conteúdo, tornando-a meramente uma ciência da análise das figuras do discurso, o que é colocado em causa e refutado por Perelman (e, de certa forma, pelo próprio autor). Neste sentido, é interessante salientar o diálogo que faz com autores como Roland Barthes, diálogo no qual discute a abrangência do estudo da retórica, recolocando-a como parte integrante do campo filosófico e jurídico, e não somente (como pretende Barthes) objeto de estudo da lingüística e da literatura.
No quinto capítulo, encontramos uma discussão que sai da proposta histórica encetada pelo autor no início do livro. Vemos então uma espécie de compilação dos principais elementos de um texto argumentativo, bem como uma contextualização dos usos e possibilidades da retórica no que diz respeito a seu emprego na composição de trabalhos acadêmicos, textos publicitários e jurídicos (dentre outros). Assim, retoma exemplos do emprego de técnicas argumentativas na composição de tarefas relativamente simples, como a composição de um texto acadêmico ou uma aula, e relaciona as técnicas de escrita e apresentação com os princípios da retórica elencados em capítulos anteriores. Este capítulo pode ser entendido como uma contextualização do tema, ressaltando seu emprego na atualidade e recolocando-o em discussão, o que se contrapõe à noção de que a retórica é um conhecimento de ordem inferior.
O sexto capítulo aprofunda a questão colocada pelo anterior, ou seja, a contextualização da retórica aos usos atuais. É interessante ressaltar que a partir deste capítulo o livro de Reboul reveste-se de um caráter cada vez mais prático, aproximando-se em capítulos como este (e em mais três subseqüentes) de um estilo que lembra o de um manual acerca do assunto. Neste capítulo, chama a atenção a retomada da discussão das figuras de estilo literário, na qual o autor aponta a relação entre retórica e literatura e dá à elocução do discurso um valor que vai para além do discurso literário e sua preocupação estética, apontando para um uso pragmático da retórica, não somente no que concerne à beleza dos textos, mas também à possibilidade de um uso voltado para a persuasão e para a explicitação clara do que se pretende dizer.
O sétimo capítulo, intitulado: “Leitura retórica de textos”, consiste em um aprofundamento do caráter analítico da retórica (o qual seguirá até o nono capítulo). Ainda sobre este capítulo, se recorrermos a uma análise da estrutura na qual os temas são distribuídos ao longo da obra perceberemos que os três primeiros capítulos desenvolvem uma digressão histórica dos usos e sentidos da retórica ao longo do tempo, os três subseqüentes apresentarão elementos referentes ao modo como o autor acredita que a retórica auxilie na composição (e, por que não dizer, síntese) de argumentos eficientes para os mais diversos usos. Os capítulos que vão do sétimo ao nono, apresentam outro objetivo, qual seja o de empregar a retórica como instrumento analítico, seja no que se refere a textos, discursos orais e/ou imagéticos. Neste sétimo capítulo, Reboul chama a atenção para a forma como a retórica se presta a um tipo particular de análise de conteúdo: a análise retórica focada na leitura de um texto. Para tanto, indica que: “a análise retórica não pretende saber se um texto tem ou não razão [...] ela dialoga com o texto (p. 139)”. Igualmente importante para o autor é a maneira como este diálogo será estabelecido, o que se dá mediante algumas perguntas que devem ser dirigidas ao texto, tais como: “Em que ele é persuasivo? Quais são seus elementos argumentativos e oratórios (p. 139)?” Igualmente importante para o autor é a percepção de quem é o orador, bem como da maneira como este se posiciona frente ao “campo ”. Por fim, é correto afirmar que este capítulo introduz aos aspectos preliminares da análise retórica de textos.



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