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Abril Despedaçado
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Sertão nordestino em 1910. Uma guerra por terras provoca uma disputa de ódio e assassinatos entre duas famílias: os Breves e os Ferreira. Cada morte possuía um determinado tempo para a família atingida exigir vingança – quando o sangue na camisa do falecido amarelasse era tempo de cobrar o prejuízo e a dor provocada. Nesse cenário inóspito e violento acompanhamos a vida dos dois filhos do casal Breves: Tonho, o mais velho (interpretado por Rodrigo Santoro) e Menino, o caçula, chamado assim sem nome próprio. O diretor Walter Salles centra-se no crime que Tonho terá que praticar em nome da honra e da paz da alma do irmão assassinado. Um ato exigido pelo pai (vivido por José Dumont). Ele não foge a sua sina, ao dever de matar o Ferreira que executara seu irmão mais velho. Obrigação de sangue cumprida, Tonho passa a ser um homem jurado de morte, carrega uma faixa no braço que marca os que têm um limite para viver ou sobreviver nessas querelas de famílias; tem o tempo da camisa manchada pelo sangue tornar-se amarela para “respirar”. Nesse período de exaustivo e repetitivo labor e briga de terras, Menino conhece dois artistas circenses itinerantes. Ganha um livro deles, e apesar de analfabeto, o pequeno sonhador cria uma estória com as figuras desenhadas na obra literária. Desejando ver o circo, Menino convence Tonho a realizarem uma fuga noturna para a cidade e assistirem o espetáculo. Tonho se encanta com a beleza de Clara, moça da reduzida trupe. Tudo a partir dessa noite se altera na existência dos irmãos cúmplices e afetuosos. Incentivado por Menino, Tonho acompanha Clara e Salustiano (o outro integrante do circo) até as cidades onde eles se apresentarão. Apaixonado por Clara e deslumbrado com o mundo, Tonho vive a liberdade que nunca fora possível na fazenda (como diz Menino, a certa altura do filme ao irmão, eles estão a rodar como os bois que circulam o moedor de cana, um giro que não sai do lugar). Porém Tonho volta para cumprir seu destino. Enquanto espera à morte, o rapaz reencontra Clara que vai à fazenda procurá-lo; eles fazem sexo, e a chuva, nessa terra agreste começa a cair abundantemente. Porém, a tocaia de um Ferreira (interpretado por Wagner Moura) já estava preparada. Então, Menino, logo após o amanhecer prepara-se para mais um autossacríficio nessa guerra absurda, que não acompanhou o progresso tecnológico nem as leis jurídicas, tudo continuou como um círculo vicioso, devastador ignorando as mudanças. Walter Salles, nesta produção de 2001, conta de maneira lírica, mas também árida, uma história (narrada em off pela personagem Menino) como um conflito cíclico ceifou a liberdade de duas famílias. Menino é uma criança astuta que fugindo a regra de um território hostil e de uma vida de labuta árdua possui imaginação e sonha com uma existência diferente, menos autoritária e com mais fantasia e reflexão.
A obra, adaptada do romance de Ismail Kadaré, versa sobre o autossacríficio e o desejo arrebatador de liberdade. Walter Salles, no voo de Menino no balanço rudimentar ou na brincadeira de Clara que rodopia nas alturas impulsionada por Tonho, focaliza sua lente (com a colaboração de uma fotografia esplendorosa) na maior de todas as buscas: o de romper o ciclo (e são tantos) do medo para poder aspirar à liberdade com toda a força e sentimentos.



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