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"A Viagem"; "O Retrato de Mónica"; "Praia" CONTOS EXEMPLARES
(Sophia de Mello Breyner Andersen)

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“A viagem”Este conto retrata uma das mais puras e cruéis verdades – Não se pode voltar atrás no tempo.Um casal que viaja perde-se no caminho. Pede ajuda a um homem que trabalhava na terra, mas ao irem a uma fonte e ao regressar o homem tinha desaparecido. A estrada e o carro tinham desaparecido. E assim vai decorrendo a acção, onde se encontra algo mas logo se perde. O casal que ao início viajava para um destino “fantástico”, mas agora ia caminhando por um “sonho” onde tudo ia desaparecendo constantemente à medida que o pobre casal necessitava.O conto acaba com o homem e a mulher num carreiro à beira do precipício. Aqui, o homem acaba por cair. A mulher chama-o mas em vão. Decide ir procura-lo. Vai procurando caminho por entre o carreiro até que opta descer a “parede nua”. Quando quer voltar para o carreiro vê que este está estreito de mais e apercebe-se que vai cair. Ai diz: “-Do outro lado do abismo está com certeza alguém. E começou a chamar”No conto também podemos salientar uma curiosidade. O homem vê o desaparecimento das coisas como algo normal acabando por lhe dar explicações óbvias. Por outro lado vemos que este também é uma força para continuar. Há aqui sem dúvida sempre uma “pitada” de esperança que leva o casal a seguir em frente.“Retrato de Mónica”Se há perfeição ela é descrita neste conto. Mónica é apresentada como uma mulher perfeita que pertence a inúmeros grupos, ajuda o marido, organiza jantares, ai a jantares, todos falam bem dela, ela fala bem de todos etc.No entanto se pesquisarmos o significado do nome de Mónica encontramos “No grego significa só, sozinha, solitária. Mónica preocupa-se bastante em agradar aos outros (…). Trabalha bastante e com paciência para ter sucesso, sem desistir. Na verdade, é uma perfeccionista que confia nos seus talentos.”Esta mulher “perfeita” é, contudo, caracterizada como uma mulher fútil pois “teve que renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade.” Renunciou para ser bem aceite pelos outros. Manipuladora com uma inteligência mórbida pois “a sua inteligência é feita da estupidez dos outros”, podemos dizer até que esta é oportunista quanto à sua selecção de amigos.Resumidamente a vida de Mónica pode ser vista como um negócio.A autora patentemente dá uma visão bela de Mónica, mas latentemente vimos que este conto baseia-se na ironia e numa metáfora perfeita que transforma a mulher ideal no símbolo de futilidade. Quando é referido que “Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mónica” vimos que afinal este retrato é um retrato-tipo, ou seja, é uma caricatura de um determinado grupo de pessoas com tais características. "Praia"Este conto traz alguma confusão à primeira leitura. De certa forma, é um conto que nos faz pensar e meditar pois requer uma tradução. Essa tradução poderá ser a Esperança.Isto porque o conto fala num clube, junto à praia, onde está narrador. Ele vai descrevendo o bar (“ Uma varanda dava para a avenida onde os plátanos maravilhosos povoavam a noite (…) O hall era enorme e tinha no meio uma palmeira nostálgica. A decoração era de 1920, num estilo especial que só existia naquela terra. Nos bancos verdes, encostados às paredes brancas, cobertas até ao meio por grades de madeira verde (…) mesas verdes.”) e tudo o que o envolve. Fala dos músicos “falhados” que tocavam no clube e na ignorância que lhes era prestada.A certa altura o narrador diz: “Havia um leve rumor de amores adolescentes. Era como o rumor da brisa. Pois era o princípio da vida e nada ainda nos tinha acontecido. Ainda nada era grave, trágico nu e sangrento.” Esta passagem pode não ser relevante na altura, mas no continuar da leitura, com o aparecer do “homem do relógio” alguém, numa conversa diz: “ cidades e cidades bombardeadas, navios, aviões, canhões, máquinas de guerra, e o ridículo Führer, capitão da estupidez, da bestialidade e da desgraça, conduzindo o seu povo”. É nesta altura que percebemos a importância da frase anterior com uma simples passagem “A guerra estava longe.”Sabemos pois que este conto cronologicamente está situado na Segunda Guerra Mundial, no entanto, as fotos desta desgraça não comoviam os “adolescentes” pois estes estavam longe. Era uma realidade que não lhes pertencia.No decorrer da acção o “homem do relógio” vai escutar as notícias e o narrador segue-o. “O Rommel no deserto recuava, diziam as notícias.” É aqui com esta notícia com este nome que o narrador toma o acontecimento com uma realidade mundial. Tudo se deve aquele nome (“Rommel”), que fez com que o nosso narrador pudesse imaginar o que se passava no campo de batalha.Ao saírem do bar o narrador já não sentiu toda a beleza do mar, sentiu a realidade fria e crua, como o nevoeiro que os cobria.



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