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Do Golpe ao Planalto: uma vida de repórter
(Ricardo Kotscho)

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A agitadíssima vida do jornalista Ricardo Kotscho rendeu um livro com 314 páginas que quase dão a volta ao mundo. O livro “Do Golpe ao Planalto: uma vida de repórter” descreve a trajetória de Kotscho. De foca (1964) à assessor do Presidente do Brasil (2002) ele passou por todas as dificuldades e mordomias de um jornalista. Conheceu indigentes e celebridades. Penou em dias frios e de pouco recursos e viveu intensamente os momentos de fartura.  Muitas vezes, esse ofício o distanciou da família, mas isso só o incentivava a dar mais atenção e proteção às mulheres da sua vida: a mulher, Mara, e suas filhas: Mariana, Carolina, Laura e Isabel. Com sangue alemão, tem o trabalho como prioridade de vida. Sua família viveu momentos de guerra e de amor e a sua descendência forte e domínio da língua alemã renderam a ele ótimas propostas de emprego.  Pelo Brasil afora, viu muita coisa acontecer. No Ceará, cobriu o desastre aéreo que matou o ex-presidente Castello Branco, em 1967 Em Brasília, investigou as mordomias dos superfuncionários, em 1976, matéria que rendeu o prêmio Esso de Jornalismo. Em 1984 participou bravamente na campanha das Diretas. Foi brilhante na série de reportagens que escreveu me Serra Pelada sobre a construção de Itaipu e a febre do ouro. Posteriormente, essa série virou livro.No exterior morou na Alemanha e conheceu vários países da Europa. Cobriu o acontecimento da época: a morte de dois Papas (Paulo IV e João Paulo I) e a eleição de João Paulo II, na época, como correspondente do Jornal do Brasil a convite de Dorrit Harazim. Mas ele, diferente de “suas mulheres”, não gostou muito da experiência de ficar longe do Brasil. A agonia durou até ser chamado por Mino Carta para trabalhar na revista IstoÉ, onde se orgulha de ter tido sua própria linha editorial.Pelas estradas do Brasil à procura de matéria, Kotscho pescou variados assuntos de pessoas desconhecidas. Como por exemplo, o casamento de duas mulheres que foi descoberto, por acaso, numa batida policial. “Sob a camisa, Ricardo usava um colete de elástico, que lhe comprimia o peito. Para espanto dos policiais que se encontravam na sala, ao ser retirado o colete saltou um par de seios rijos. Ricardo Torres era na verdade Misma Torres (...)” (KOTSCHO, 2006). Além de jornalismo impresso e depois de uma certa insistência por parte do diretor do programa Globo Rural, Humberto Pereira, o autor driblou o medo dos microfones e câmeras e resolveu assumir um programa jornalístico de TV. Mas essa experiência não foi muito animadora e ele percebeu que sua aptidão estava nos impressos. Tinha que gravar muitas cenas até acertar, sua postura era torta diante as câmeras e sua entonação não ficava legal.Foi na sua melhor fase como jornalista, bem empregado, bem remunerado e comandando um posto de responsabilidade no Jornal do Brasil, que Kotscho a reportagem para ser assessor de Luis Inácio Lula da Silva. No início de carreira política, o líder sindical não tinha nada a seu favor a não ser a força de vontade. O PT era humilde, sem muitos recursos, o que dificultava a vida do assessor de imprensa frente aos grandes veículos de comunicação. Mas isso não desestimulou Kotscho, continuou sólido ao lado do candidato à presidência. Como assessor, se sentiu honrado de participar na campanha da primeira eleição pra Presidente no Brasil, graças à queda da ditadura implantada no país. Além disso, Kotscho tem afinidade pelo Partido dos Trabalhadores (PT) fundado por sindicalistas, em 1980, e liderado por Lula. Porém, o autor se posiciona de maneira profissional e não faz nenhum tipo de jogada política para fazer parte deles. Na verdade, nem se afiliou ao partido. Ficou na posição de “repórter particular” de Lula. A partir do momento em que assumiu sua carreira ao lado de Lula, não parou mais de viajar. Na verdade, ele já viajava, mas nessa época foram viagens de negócios, encontros políticos e maior afastamento da família. A família, apesar disso, deu total apoio. Demorou um pouco até se acostumar com a nova função de assessor, e algumas vezes dava umas mancadas se comportando com repórter.Um dos maiores dilemas de Kotscho, era o medo de avião e precisou desse transporte muitas vezes. Mais de duas vezes, alguém que voou com ele para algum lugar morreu de acidente aéreo curto tempo depois. Inclusive, em uma dessas viagem aéreas, Ulysses Guimarães acalmou ele com a afirmação: “Fica calmo, meu caro jornalista, avião comigo não cai” (KOTSCHO, 2006). Sorte que Kotscho não era vidente.Foram dez anos de luta para se eleger a presidente da República. A vitória de Lula foi uma conquista conjunta de toda a equipe de assessoria. O autor participou das farras e de todas as mordomias que agora eles dispunham por fazer parte da cúpula governamental do país. E viveu também as mentiras da imprensa que viraram verdade absoluta prejudicando o seu trabalho.O livro, de uma maneira geral, aborda fatos políticos, sociais e culturais através da perspectiva de quem está a postos esperando tudo acontecer. Mostra o jornalismo como uma arte de ver o mundo, de estar presente e de saber passar aquilo para quem se ocupa com outras coisas. E, além disso, faz uma análise das dificuldades enfrentadas na época em que se passava matérias pelo telefone até a forma de lidar com a imprensa quando não se está mais dentro dela.



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