Resumo de Um estudo sobre cores-Azul

São conhecidos 111 tons de azul, a cor considerada primária ou pura dentro da teoria das cores juntamente com vermelho e amarelo; são assim chamadas por não serem mesclas de nenhuma outra cor.
A mescla de duas cores primárias leva as secundárias ou cor mista pura nesse caso o verde, laranja e violeta e de três cores primárias como cor terciária ou cor mista impura; sempre com a possibilidade de escurecer com o negro ou clarear com branco.
O azul é a cor preferida de 46% dos homens e 44% das mulheres, a cor encontra aceitação nas moradias por ser tranqüilizante e nos automóveis de luxo a utilitários, somente não é encontrada na comida e bebida.
A constância no cotidiano esta relacionada à ligação existente entre o azul e as boas qualidades, embasadas em uma compreensão recíproca. Essa relação é evidenciada pela cor ser lembrada em associação a sentimentos de simpatia, harmonia, amizade e confiança.
Partindo da relação cores-sentimentos, de forma ampliada, encontra-se o azul do céu sendo o azul divino ( relação gerada pelo céu estar ligado as divindades) numa junção com a cor verde, ligado ao terreno; tem -se a cor da natureza, surge o acorde azul-verde representando a união céu e terra.
Os sentimentos relacionam dentre outras as fantasias, o acorde azul-violeta-laranja,representam o acorde da fantasia.Nesse sentido, é a cor das idéias cuja realização é distante, do irreal e da ilusão.
Na Alemanha, os “contos azuis” eram conhecidos como as histórias inventadas; na França a exclamação “parbleu!” é dita quando algo parece fantástico e assim de difícil explicação e na Holanda quando se diz que algo não são mas que flores azuis (“ esto no son más que florecillas azules”) significa dizer que não é mais que mentiras.
No campo espiritual o azul esteve sempre relacionado ao divino; no Egito as máscaras dos faraós tinham detalhes em azul e o deus Amón tem sua pele azul para voar pelo céu sem ser visto; o deus hindu Visnú ( forma humana – Krishna) tem sua pele azul para caracterizar sua origem celeste; os judeus tem no céu o trono de Javé sendo uma safira ( pedra azul).
Nos ambientes apesar tranqüilizar, o azul é pouco utilizado devido a sua característica de cor fria, assim uma habitação azul passa a impressão de maior abertura do espaço e frieza. Na pintura são vários os tons de azul, mas o azul ultramar, ganha destaque por ser a cor mais cara de todos os tempos; feito inicialmente a partir do lapislázuli, uma pedra semipreciosa, ganhou seu nome pela pedra ser encontrada do outro lado do mar ( Oceano Indico, mar Cáspio e Negro), a pintura que apresenta o mais nobre desse azul é Les três riches de Duc de Berru de 1410, que ainda conserva o azul luminoso.
O acorde azul-branco, corresponde a inteligência, ciência e concentração; assim sempre que predomina a razão invés da paixão a cor mais adequada é o azul, fato reconhecido pelo Deep Blue, o primeiro computador a ganhar um mestre do xadrez.
Dessa ideia entende-se porque o azul é ligado ao masculino, contudo em épocas anteriores a sua frieza e tranqüilidade eram femininas; mudou-se pela cultura do rosa para meninas e azul para meninos. A ligação entre o azul e feminino, não foi completamente apagada já que muitos nomes derivados dos vocábulos da cor deram origem a nomes femininos vejam: do latim caelestis (azul celeste) procedem os nomes Celestina, Celina, Coelina e Selina; do mesmo “azul celeste” em outros idiomas tem-se Urdina, Sinikka e Safira, no lado masculino só Douglas ( “azul escuro”).
No âmbito, religioso a cor esteve associada a Virgem Maria, passando a ser chamada a cor da Virgem ( azul ultramarinho); isto porque deveria se reconhecer a cada símbolo da Igreja pela sua própria imagem ou cor de acordo com as recomendações do para Gregório Magno (560-604); em 1858 a Virgem aparece para Bernadette Soubirous em uma fonte londrina, a descrição de vestido azul celeste e capa branca atende aos designos da época e perpetua pelos tempos.
Resumo do livro Psicologia del Color de Eva Heller, da editora Gustavo Gili – p.21-36.

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