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Adeus ao Trabalho?
(Ricardo Antunes)

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4.INDIVÍDUO, CLASSE DE GÊNERO HUMANO: O MOMENTO DA MEDIAÇÃO PARTIDÁRIA

Apesar disto, a questão das classes, dos partidos e da mulher permanece. O que aqui me proponho é, entretanto, muito mais modesto: enumerar questões (breves), indicativas da pertinência e validade de ser pensar as conexões entre os partidos e as classes sociais.

Parece uma obviedade que, na sociedade, regida pelo capital, ocorre a desindentidade, entre individuo e gênero humano, especialmente quando o olhar se volta para o mundo do trabalho. Essas desindentidades entre individuo gênero – as múltiplas formas de estranhamento, que daí decorrem – se universalizam sobre produção generalizada de mercadorias, apesar de oferecer, pela primeira vez, as possibilidades de multilateralidade humana. Nas palavra de Agnes Heller: ao mesmo tempo em que o capitalismo produz necessidades “múltiplas e ricas”, provoca o empobrecimento dos homens e converte o ser que trabalha em um ser isento de necessidades.. Constata-se, pois, um processo de onde o indivíduo se priva de todas as suas necessidades para satisfazer uma só, que é manter-se vivo.
Se o individuo é expressão da singularidade e o gênero humano é uma dimensão de universalidade, a classe é a mediação que particulariza os seres sociais que vivenciam condições de similitude em sua existência concreta, no mundo da produção e reprodução social. Do seu ser-para-si-mesmo que vive como gênero, que busca a omnilateralidade por certo mais difícil, mais complexo, da universalidade autoconstituinte. Os primeiros, os sindicatos, dotados de uma especificidade mais atada, original-mente, á dimensão contingencial, ainda que possa superá-la. Os segundos, os partidos, elementos de mediação dotados de capacidades mais globalizantes, referidas ás formas explicitamente políticas, primeiro passo em direção da auto-realização auto-transcendentes.
O desmoronamento da esquerda tradicional, nos Leste e no Ocidente, os efeitos deformantes da instituicionalização que os distância dos movimentos sociais autônomos e das classes que vivem do seu trabalho, a subordinação política dos partidos aos valores da sociabilidade regida mercado, o fenômeno da social democratização, além das transformações nas relações de trabalho, da flexibilização, da desregulamentação do trabalho, enfim das metamorfoses da forma de ser classe no primeiro mundo, estes são,por certo, alguns dos múltiplos e diversos aspectos que poderiam ser abordados, quando se pensa na crise dos partidos. E enquanto tal mostra-se como um momento de mediação política, necessário para a auto-abolição dos particularismos intrínsecos ás classes sociais, mesmo as que vivem do seu trabalho.



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