Castração
(Montserrat Puig; Jorge Sosa)
O complexo/angústia de castração é o sentimento de ameaça por parte da criança em relação ao “ter ou não ter falo”. Este conceito parte da premissa de que todos os ser humano têm igual órgão genital.No caso do rapaz, este tem medo de ser castrado pelo pai e perder o amor da mãe em virtude da perca do órgão viril (pois só este permite possuí-la).Em relação à rapariga, esta sente-se privada do pénis pela mãe.A ideia da perda do “falo” põe em perigo a imagem do ego – o rapaz vê uma ameaça paterna em relação às suas actividades sexuais e a rapariga vê a ausência do pénis como um dano sofrido que ela procura negar, compensar ou reparar.Com a resolução do complexo de castração deixa de existir o Complexo de Édipo, prosseguindo-se em direcção a uma sexualidade adulta.
O neurótico não pode alcançar um equilíbrio perfeito na sua relação com a satisfação: por um lado defende-se da pulsão, renunciando ao gozo, e por outro realiza um certo uso da pulsão que pode levar a um excesso, temendo a infracção da lei (representada pelos pais) e o castigo caracterizado pela perda dos atributos sexuais ou de amor – complexo de castração.
No sujeito psicótico há uma carência simbólica – forclusão – que impede que o problema da castração chegue a plantar-se na sua verdadeira dimensão. A forclusão é o mecanismo causal da psicose, traduzindo-se numa privação de um elemento simbólico (a função do pai – significante fundamental no universo simbólico da criança) que tem um papel regulador da articulação do desejo com a lei, e que é a causa da recusa do inconsciente, da castração. As consequências da forclusão manifestam-se no plano da linguagem, da palavra e do sentido, no plano do amor e do gozo, e em vivências corporais.
A renegação é a posição básica do sujeito perverso perante a castração: não crê nela como lei simbólica mas sustem uma crença em algo que não deixa de ser uma ilusão. O sujeito perverso renega a lei da castração, representada pelo pai, lei que exige uma perda de gozo, para continuar na obtenção à qual não está disposto a renunciar.
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