Salas de aula virtuais sem professor
(Laura Herrera)
Quem pensava que a sala de aula tradicional, com professor e recursos audiovisuais (dos mais simples aos mais avançados), estava com os dias contados pode se surpreender com o relato que nos faz Laura Herrera (The New York Times, 22/01/2011) sobre um caso na Flórida (EUA).
Para conseguir manter um grande número de alunos por sala sem contrariar a lei, as escolas adotaram salas de aula virtuais e sem professor, o que desagradou a maioria dos alunos, professores e pais. No primeiro dia de aula na Escola de Ensino Médio North Miami Beach, por exemplo, os alunos ficaram confusos ao descobrirem que os temas principais seriam lecionados com o uso de computadores em uma sala de aula sem professor, mas com a presença de um "facilitador", que funciona mais como “solucionador” de problemas técnicos.
As salas de aula virtuais são também chamadas laboratórios virtuais e, um pouco mais do que as salas tradicionais, exigem maior motivação intrínseca dos alunos, vez que não haverá um professor que, se bem sucedido, poderá gerar motivação (extrínseca, portanto) na turma. A Associação de Pais e Mestres da Escola de Ensino Médio Miami Beach, por exemplo, criou uma comissão para avaliar esses laboratórios virtuais, enquanto alguns professores consideram criminosa a padronização gerada por tal metodologia de ensino.O que parece certo é que essas salas virtuais não são a solução para o progressivo colapso do ensino tradicional (lá, aqui e acolá). Talvez a melhor solução, por ora, seja o que propõe Michael Moore, professor de educação na Universidade Estadual da Pensilvânia: a combinação do ensino virtual com o ensino presencial, ou seja, um “aprendizado misto". De qualquer modo, o dilema da educação brasileira está longe de passar por essa questão, mas aí é outra história...
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