O mundo à revelia
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RESUMO
LAFETÁ, João Luiz. O mundo à revelia. In.: RAMOS, Graciliano. São Bernardo. 58 ed. Posfácio de João Luiz Lafetá. Rio de Janeiro, 1992, p. 189-213.
João L. Lafetá inicia a crítica ao São Bernardo, mostrando como Paulo Honório, narrador onisciente, escreve o romance que conta, de forma, objetiva sua própria história. Láfetá mostra que os dois primeiros capítulos introduzem o leitor no mundo do narrador, apresentando-o como o herói, figura que se perpetuará no romance. Nos capítulos seguintes, ele inicia sua história desde a infância miserável até a conquista da fazenda São Bernardo. A narrativa é rápida, focando mais as atitudes do narrador. Porém, no nono capítulo isso se inverte. O narrador agora foca mais a cena em si, as dificuldades e os motivos que o levam a se apossar de Madalena. Segundo Lafetá, Paulo é possessivo e os outros personagens são para ele como objetos. Esse sentimento capitalista visto como uma força modernizadora, o dínamo, marca o romance. Todavia, Madalena recusa-se a reificar, causando atritos entre eles de forma que Paulo sente-se constrangido, um dínamo emperrado. Em consequência disso, Madalena se suicida e a reificação ganha, porém o herói fica destruído. Tanto que a composição do romance muda sensivelmente: de rápida a narrativa torna-se mais lenta; de objetiva passa a ser subjetiva. E Paulo, cercado de problemas financeiros e solitário, passa a refletir sobre si, sobre os valores e as relações humanas que o leva a contar sua história.
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