Diário de uma Criada de Quarto
(Octave Mirbeau)
Romance
do jornalista, panfletário, crítico de arte, romancista e autor dramático
francês Octave Mirbeau, publicado em 1900, durante o Caso Dreyfus. Anarquista,
Mirbeau estigmatiza a escravidão dos tempos modernos, a domesticidade, e exibe
os segredos repugnantes de uma burguesia hipócrita e cruel. Antes de Jean-Paul
Sartre, ele suscita angústia existencial e náusea.
Octave
Mirbeau é justamente considerado um dos mais notáveis escritores franceses dos
fins do século XIX e princípios do século XX, quer pelo vigor e pelo realismo
da sua prosa, quer pela forma como escalpelou a sociedade francesa – e
sobretudo a parisiense – do seu tempo.
Retrato fiel da época, o romance conta a história de
Celestine, criada de quarto atraente e autora muito lúcida do diário.
É
uma obra em que o espírito de observação de Mirbeau se patenteia em toda a sua
pujança e em que se digladiam os elementos de duas classes que se odeiam e
desprezam mutuamente, embora dependam diariamente uma da outra e não se possam
dissociar sem que ambos os lados saiam perdendo. De um lado, a alta burguesia
triunfante, volúvel. arrogante e corrupta; do outro, a criadagem explorada,
tratada desdenhosamente, cuja condição humana quase sempre se nega, e que,
vítima da engrenagem social que a marginaliza e esmaga, recorre para sobreviver
a todas as artimanhas com que os fracos se vingam dos poderosos: a crítica
mordaz, a difamação sub-reptícia, a velhacaria, a insolência e até o roubo.
Celestine,
a autora do diário, representa de forma magistral o produto acabado dessa
sociedade, a criada galante e sem preconceitos morais que caminha na vida cheia
de cinismo. Se tornando a vítima de uns e o algoz de outros, perdeu totalmente
a noção do bem e do mal.
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