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A Invasão
(Dias Gomes)

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Favelados invadem um prédio abandonado no centro do Rio. em torno dessa situação "fictícia" gira a trama da peça A Invasão, escrita pelo dramaturgo Dias Gomes em 1960 e publicada dois anos depois. Na época, sua fonte de inspiração foram os constantes desabamentos em morros cariocas durante os temporais de verão. Texto dos mais polêmicos das obras de Dias Gomes, A Invasão estreou em 1962, sendo proibido pelo AI-5, seis anos depois.

Na obra, Dias Gomes aborda o problema dos sem teto nos centros urbanos. Enfoca o proletariado urbano como massa onde não é possível a emergência do protagonismo ou a unidade de ação. A peça narra uma dessas invasões que se repetem até os dias de hoje. Depois de uma enchente, alguns moradores perdem suas casas, em um morro da Cidade Maravilhosa. Ocupam o esqueleto de um edifício em construção e passam a viver oprimidos entre as promessas de políticos demagogos e a exploração de negociantes inescrupulosos. Colméia humana onde cada família indica a heterogeneidade de objetivos dessa massa que só se iguala pela miséria em que vive e pelas violências que sofre, a peça não lhe atribui um movimento ou destino dramático. Capta essas manifestações de impotência e as deixa em suspenso, como uma radiografia que exige uma resposta de quem a observa e não de quem a vivencia.

É um drama intenso e amargo. O autor investiga causas e conseqüências dos nossos problemas sociais numa linguagem despojada e contundente. Aponta soluções drásticas num país onde impera a desigualdade social e vive de politicagem.

A peça é uma espécie de crônica ao Brasil depois de 1964. Dias Gomes quer alertar o povo da necessidade de ser independente. Seu teatro não busca divertir os burgueses. Compõe um painel da vida dos segmentos excluídos da sociedade, com seus sofrimentos e lutas, com a presença constante da opressão e o difícil processo de tomada de consciência de suas próprias condições. É um teatro de revolta, de amargura. Mesmo suas comédias são atravessadas por um ironia mordaz. Ele despreza os clichês partidários. Nesta peça, os invasores de um prédio, "favela do esqueleto", o povo brasileiro oprimido e explorado por um governo incompetente, dão vazão às suas angústias e anseios. A morte de Mané Gorila, encarregado do despejo tem um toque de vingança da plebe rude. Um juiz autoriza a permanência do grupo no prédio e tudo termina como num delírio.

Esta peça foi baseada em um fato real: no final dos anos 50, um edifício em construção próximo ao Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro foi invadido e ficou sendo conhecido como Favela do Esqueleto. Hoje a favela não existe mais, no edifício funcionam alguns cursos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.



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