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Memórias De Um Sargento De Milícias - Parte 8
(Manuel Antônio de Almeida)

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VII ? A comadre - Vale agora falar um pouco de uma personagem que desempenhará um importante papel ao longo da história: é a comadre, a parteira e madrinha do memorando.
Era uma mulher baixa, gorda, bonachona, ingênua ou tola até certo ponto, e fina até outro. Vivia do ofício de parteira e de benzedeira. Era conhecida como beata e papa-missas.
O seu traje habitual era como já se esperava, igual ao de todas as mulheres da sua condição e esfera, uma saia de lila preta, que se vestia sobre um vestido qualquer, um lenço branco muito teso e engomado ao pescoço, outro na cabeça, um rosário pendurado no cós da saia, um raminho de arruda atrás da orelha, tudo isto coberto por uma clássica mantilha, junto à renda da qual se pregava uma pequena figa de ouro ou de osso.
O uso da mantilha era um arremedo espanhol e segundo o narrador era uma coisa poética pois revestia as mulheres de um certo mistério, realçava lhes a beleza, mas a mantilha das mulheres brasileiras era muito mais prosaico do que se podia imaginar, principalmente usadas por gordas e baixas. As mantilhas usadas nas brilhantes festas religiosas, nem se fala, pois a igreja tomava um ar lúgubre ao se encher daqueles vultos negros que se uniam e cochichavam a cada momento.
Apesar de tudo, a mantilha era o traje mais conveniente da época, posto que as ações dos outros era o principal cuidado de quase todos, era necessário ver sem ser visto. Funcionava como um observatório da vida alheia.
O fato de ser parteira, beata e curandeira, tomava-lhe muito tempo, tanto que fazia tempo que não via nem sabia nada do compadre, Leonardo, Maria e do afilhado, até que um dia na Sé, ouviu as beatas comentarem sobre Maria Ter apanhado de Leonardo, ter fugido com um capitão e o filho, um mal-educado, ter ficado com o barbeiro.
Ao ouvir a história, pôs-se rumo à casa do barbeiro, lá chegando questionou o fardo deixado para o homem carregar. Após Ter respondido ao interrogatório da comadre, pôs-se a defender o pequeno, dizendo ser sossegadinho, gentil e ter intenções de ser padre.
A comadre não concordou como compadre e retirou-se.
A partir desse dia, a comadre sempre aparecia na casa do compadre.
O padrinho, não desistindo de seus sonhos, pôs se a ensinar o ABC ao afilhado, que empacava no F.
Após apresentar a comadre, o narrador volta a informar o paradeiro de Leonardo.



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