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Poema Perdido De Leonardo Da Vinci
(Cassiano R. Santos e outros)

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NO ÚLTIMO SONETO DESSA MICRO ANTOLOGIA, A MISSÃO DO ARTISTA, OS QUATRO PRIMEIROS VERSOS É UM FRAGMENTO DE LEONARDO DA VINCI... INTRODUZI UMA EPÍGRAFE DE UM CACIQUE HOPI,€RESCENTEI VERSOS MEUS E CONCLUI COM UMA ESTROFE DE J. L. BORGES FAZENDO O QUE SE CHAMA DE PASTICHE OU, NO DIALETO ITAMBEENSE, UM CALAMENGAU! COLOQUEI-O NO FIM DO ARQUIVO COMO FAZEM OS ATACADISTAS QUE PÔEM OS ARTIGOS DE PRIMEIRA NECESSIDADE NOS FUNDOS DO SUPERMERCADO FAZENDO OS CLIENTES PASSEAREM PELAS GÔNDALAS E PRATELEIRAS DE SUPÉRFLUOS!
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Oh! Bendito aquele que semeia/ Livros, livros à mão cheia/ E leva o povo a pensar// O livro caindo n?alma/ é germe - que vira palma/ é chuva - que vira mar! CASTRO ALVES
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NOSTALGIA - Casa da minha infância onde nasci/Entre suas paredes pulsava sem fim/O meu coração, nunca lhe esqueci/Hoje você pulsa dentro de mim! CRS
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O LAMENTO DE TESEU - Uma casa feita para nela se perder/É o insólito objetivo de um labirinto/Habita-lhe um fétido monstro, pressinto/Que símbolo da alma essa casa deve ser// Tortuosas, para conhecê-la, são as redes/Que vagamente se distingue da fera ubíqua/De instintos primevos e inteligência conspícua/Que alma não se debate entre paredes?// Dizem que Teseu voltou um dia/Percorreu-lhe a infinita geometria/Nenhuma fera havia no espaço retinto// Assalta-lhe o espírito sensações estranhas/ Estaria vagando por fétidas entranhas?/Seria o minotauro o próprio labirinto? CRS
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OUTRO (O MESMO) LAMENTO DE HERÁCLITO
Le regret d?Heraclite.
Yo; que tantos hombres he sido, no he sido nunca
Aquel en cuyo abrazo desfallecia Matilde Urbach
Jorge Luis Borges

Deitada ao meu lado e com grande apetite/ Ela recusava meu complicado alimento/E com um simples pão insuflado de vento/ Ensinava-me uma lição digna de afrodite : //...No pão experimento todos os sabores/ Pois as essências são núcleos transparentes/ Que na absoluta simplicidade tornam presentes/As qualidades virtuais, os perfumes e as cores//Nesta simplicidade essencial tudo se alucina/Formas e fundo se unem em grandes amplexos/como espelhos povoados de reflexos/como rostos fluídos em água cristalina // Das raças mais puras nasce a escória/E por intuição, que do pensamento é um hálito,/Todos os homens um dia foi Heráclito/E Nietzsche é todos os nomes da História...// Da sua boca a identidade fora banida/Em plena metamorfose o seu corpo tremia/No rosto que em tantos outros se fundia/Vi todas as mulheres da minha vida//No êxtase, o rosto de outro amado ela pedia/Mas para isso não tive a simplicidade/E lamento ter sido muito tarde/Aquele em cujos braços M. Desfalecia! CRS

_________________________________________________________________________PRISMA - Como dois espelhos conjugados/Em cristalinas imagens a insinuar/Que o tempo é instantâneo e infinito//Nosso olhar cintila o brilho de uma taça/Transborda de afetos o presente que passa/Revela futuro e passado que era símbolo e mito//Você vê a rosa do porvir nesse cristal do tempo/Eu vejo teus antepassados brindarem o sangue infinito/Venerados sejam os espelhos e as cópulas/Que multiplicam nossa carne e nosso espírito! CRS


BLUE MOON - A lua, cristal feito de nuvens/Que o anil das tardes condensa/E no orvalho lentamente se esvai//É o estanque sonho de todas as águas/Das ondas que sobem,/Da chuva que cai//Quando se turva a imagem da lua/Nas águas arrepiadas pelo vento/De ondulantes afagos,//Busco o repouso no seu rosto/Que também é uma lua/Refletindo nos olhos o azul de dois lagos//Mas em vão. Os ventos da paixão tua imagem desfaz/Em ondas de lágrimas minha visão se agita,/No azul de teus olhos vejo dilúvios de orvalho! CRS

IMAGEM-TEMPO - Por avenidas urgentes dois amantes/Separados em infinitos pontos no espaço/Vencem a distância com um simples passo/No breve tempode infinitos instantes//(tempo e movimento são dados imediatos/do pensamento e não se confundem com o espaço/que pode ser dividido ao infinito/maculando o espírito com esquemas abstratos)//A simplicidade do movimento me assombra/O universo se comunga nesse momento/Do tempo que é um rio caudaloso e cuja sombra/Posso vê-la nos amantes em movimento! CRS
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O ESPELHO - Em seu reflexo hospitaleiro e leal/ Onde a ser aparência se habitua/ A matéria da vida, está o cristal/ Como na penumbra um raio de lua// Pompa noturna lhe dá a cambiante/Claridade da lâmpada, e tristeza/ A rosa que no vaso agonizante/ Vejo no espelho a desmaiar sobre a mesa// Se faz dupla a dor. Também repita/ As coisas que me são jardim da alma/ Sonhando creio que no espelho habita// Na ilusão de sua azulada calma/ A hóspede a deixar-lhe refletidas/ Nossas faces juntas, nossas mãos unidas! ENRIQUE LYNCH, POETA URUGUAIO.


A MISSÃO DO ARTISTA
A vida é a sombra de uma nuvem/ que corre sobre a relva/ e no crepúsculo se vai!

O sentido da vida na arte se encerra/ E sem a qual quem sua vida consuma/ Tal vestígio de si deixa na terra/ Qual a fumaça no ar ou, na água, a espuma// Mais breve que um vestígio, nossa vida/ É no fogo do mundo efêmera centelha/ Mas se tão cedo em cinza é convertida/ também na eternidade se espelha// É nela que o artista grava seu nome/ Na arte esculpida com o mesmo/ Cinzél das horas que o consome// Pois não passam isentas de danos/ As horas que vão limando os dias/ Os dias que vão roendo os anos...

Para ler mais textos desse autor, acesse www.shvoong.com, pesquise a palavra cassiano / para contatos com o autor: [email protected]



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