Resumo de Olga - Fernando Morais

?Olga? retrata um período da história mundial que se entrelaça clara e diretamente com a história brasileira. Trata-se da epopéia verídica de uma judia alemã influenciada pelos ideais revolucionários comunistas que abandonou a família e a vida confortável na Alemanha e embrenhou-se pelos caminhos das manifestações contra o fascismo que se desenvolvia em larga escala na Europa. Refugiada na URSS, foi incumbida de dar cobertura ao retorno do jovem comandante Luís Carlos Prestes, um revolucionário comunista brasileiro, que estava refugiado na Rússia, fugindo da ditadura de Getúlio Vargas. Prestes era famoso nas fileiras de revolucionários do mundo inteiro por ter liderado a maior marcha de infantaria que se tem notícia na história da humanidade, liderando homens que andaram e lutaram com as tropas governistas por 25 mil quilômetros, pelo interior do Brasil.
Por ordem do Comitê Central do Partido Comunista Russo, em parceria com os comunistas do Brasil., Olga Benário, embarca em longa viagem na companhia de Prestes, fazendo às vezes de sua esposa, visitando países, encontrando pessoas, disfarçados de rico casal, ele português, ela alemã. O casal que iniciara a viagem desempenhando uma farsa foi se envolvendo no transcurso do retorno, de maneira tal que, ao chegarem ao destino- o Brasil- já não necessitavam mais simular, pois já estavam apaixonados e constituindo-se em casal de verdade. É uma das mais belas e trágicas histórias de amor e guerra da história real do Brasil.
A passagem de Olga pelo Brasil foi marcada por esconderijos e conspirações malsucedidas. A Revolução brasileira que vieram concretizar não se realizou, sendo frustrada pelas forças militares de Getúlio. Em 1936, Olga e Prestes, com grande parte dos membros do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, foram descobertos em seus esconderijos, presos e torturados; alguns mortos. Olga Benário Prestes, nos primeiros meses de prisão descobriu que estava grávida de Prestes e este fato serviu para o adiamento de sua sentença e o prolongamento de sua prisão em circunstâncias menos desfavoráveis. Apesar de toda a censura da época, a imprensa soube deste fato e a notícia chegou a Prestes, o que aumentou a sua angústia na prisão. Em 1937, numa atitude inesperada, contrariando a lei e as convenções internacionais, Getúlio Vargas decidiu deportar Olga, mesmo grávida, para a Alemanha nazista, como uma demonstração de apreço e amizade do governo ditatorial brasileiro com o crescente movimento político liderado pelo Füherer alemão Adolf Hitler. Sendo judia e comunista, Olga seria foi aprisionada em campos de concentração e mantida sob regime de extrema crueldade que na época era imposto a opositores políticos, judeus, ciganos, homossexuais e religiosos de algumas crenças.
Anita Leocádia foi o nome dado por Olga a sua filha em homenagem a avó brasileira, que nasceu nas prisões alemãs, no mesmo ano de 1937, mas de quem Olga pode cuidar por apenas um ano. A menina foi resgatada pela mãe e pela irmã de Prestes.
A execução de Olga Benário Prestes aconteceu no ano de 1943, em câmaras de gás de campos de concentração nazista.
Luís Carlos Prestes foi libertado da prisão com a anistia de 1945. Passou a atuar politicamente no Brasil e, apesar de extremamente magoado com a atitude desumana do Ditador Getúlio Vargas ao deportar a mulher que amava, apoiou Vargas durante o período de seu mandato de presidente eleito, de 1950 a 1954, ano em que Vargas cometeu suicídio.
Atualmente Anita Leocádia Benário Prestes, a filha de Prestes e Olga, é professora universitária aposentada e vive na cidade do Rio de Janeiro.

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