Hobbit, O
(John Ronald Reuel Tolkien)
Esta é a obra que prescede a enorme trilogia O Senhor dos Anéis. Aqui, Tolkien não está preocupado em criar um romance épico, nem em falar de enormes batalhas ou feitos grandiosos como os vistos nos livros posteriores. Este O Hobbit narra a aventura vivida por Bilbo Bolseiro, a quem alude o título, e em como Gandalf, o Cinzento, consegue despertar nele o espirito aventureiro de seus antepassados ao envolvê-lo na busca do tesouro de um grupo de anões guerreiros. A Terra-média aqui ganha contornos de uma pequena enorme europa medieval, onde principes, reis, elfos, dragões, magos, e orcs, Se encontram, podendo ser tanto um livro de Bernard Corwell, quanto de Jane Austen - mas é tamanha a habilidade de Tolkien, que O Hobbit foge de ambas as convenções; o autor entende que seu mundo em constante expansão é rico o suficiente para se manter de pé, e tece ainda o principio de uma rapsódia de lendas nórdicas, gauleses, britânicas, latinas e tantas outras, que terá continuidade em O Senhor dos Anéis, menos rica em citações, alusões e evidências culturais estrangeiras, mas grande o suficiente para maravilhar o leitor. A fantástica aventura começa no Condado, uma pequena vila bem aos moldes de burguesia campestre tão vista ao longo da literatura inglesa, onde o Sr. Bolseiro reside, a anos sem a minima perturbbação em sua pacata vida e na sua paz de espírito. Quando uma trupe de anões, precedida da chegada do mago cinzento invade sua casa, ele se vê sem opção a não ser acompanhá-los todos até a Montanha Sombria, onde reside o dragão Smaug, e ali eles deveram exterminar o dragão e recuperar o tesouro que ele roubara do reino dos anões muitas décadas atrás. Com o tempo, Bilbo se revela mais aventuresco e propenso a emoção do que ele mesmo e o leitor pensavam que fosse. A surpresa só não é maior que a do leitor ao deixar-se levar pelo ritmo de Tolkien.
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