Resumo de Anfetaminas - José caetano Tavares

Anfetaminas As anfetaminas e substâncias congéneres possuem a capacidade de elevar o humor, sendo consumidas principalmente por este sintoma subjetivo e individual, atingindo em certas épocas e sociedades importante papel compulsivo. Em geral, sua prevalência dá-se entre os jovens, iniciando-se entre os delinquentes ou entre os indivíduos com distúrbios emocionais.Vários padrões no abuso da anfetamina foram observados. Entre eles destacam-se qs que obtêm inicialmente a substância através do médico, na maioria das vezes empregada no tratamento da obesidade e depressão, passando posteriormente para a fase do hábito, em razão do aumento significativo nas doses usadas e no tempo de uso, apenas com o objetivo de obter os efeitos estimulantes, agradáveis à maioria dos pacientes.Outro grupo passível de desenvolver comportamento abusivo é representado pêlos motoristas de caminhão e pêlos estudantes pré-universitários e universitários, que usam a substância para permanecerem em vigília. Contudo, na maioria das vezes, os indivíduos obtêm a substância especificamente por seus efeitos euforizan-tes.As anfetaminas e substâncias congéneres apresentam efeitos semelhantes à cocaína, apesar de possuírem prazo de ação maior.Durante a fase inicial do uso intravenoso, além da euforia, o consumidor experimenta uma notável sensação de aumento da capacidade física e mental, sentindo pouca necessidade de dormir e de se alimentar. Rapidamente, desenvolve-se tolerância para os efeitos estimulantes e o aumento na frequência e nas doses usadas, para obtenção dos efeitos desejados, ocasiona o aparecimento dos sintomas tóxicos. Entre eles destacam-se o bruxismo, a desconfiança, o comportamento esterioti-pado, as alucinações visuais, auditivas e táteis, a ideação paranóide e a psicose tóxica.A maioria dos dependentes apresenta incapacidade ocupacional e social progressiva, intercalada por períodos de hospitalização por psicoses tóxicas.Muitos viciados em anfetaminas consomem ao mesmo tempo grandes quantidades de barbitúricos ou álcool, sendo comum também o uso de antagonistas como os opiáceos.A interrupção no uso produz uma síndrome de abstinência semelhante à da cocaína, apresentando sono prolongado, fadiga geral, lassidão, hiperfagia e depressão ? os sintomas depressivos podem permanecer por vários meses.Estudos em grupos de dependentes em anfetaminas relataram que seu uso não deixou grande número de consumidores crónicos. Entretanto, muitos dependentes no uso intravenoso da substância tornaram-se eventualmente consumidores de heroína, observando-se distúrbios psicopatológicos em tais indivíduos e seus familiares, que parecem ser anteriores ao início do uso de drogas.

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