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Manual de Investigação em Ciências Sociais
(Raymond QUIVY ; Luc Van CAMPENHOUDT)

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O objectivo principal da obra é a concepção do projecto de investigação e a coordenação das operações com coerência e eficácia. São abordados os seguintes temas: formulação de um projecto de investigação, o trabalho exploratório e a construção de um trabalho de pesquisa, através da recolha, tratamento e análise dos dados. Pretende-se que o livro seja um manual, usado como método de trabalho para que qualquer investigador em ciências sociais, iniciante ou experiente, o possa usar para conceber por si próprio um processo de trabalho.
Os autores apresentam os três actos do procedimento científico e as respectivas etapas da metodologia a seguir em ciências sociais, a saber:
- a ruptura: na qual se rompe com os preconceitos e falsas evidências;
- a construção: que consiste na elaboração de um “sistema conceptual organizado”, com lógica, em que se faz a explicação do fenómeno, o plano de pesquisa a definir e a experimentação;
- a verificação- onde a proposição deve ser verificada pelos factos.
É sublinhada a interacção e o encadeamento que deve existir entre estes actos ao longo de uma investigação.
A primeira etapa, a pergunta de partida, consiste em enunciar o projecto de investigação na forma de uma pergunta de partida. Os critérios de uma boa pergunta são: qualidade de clareza, de exequibilidade e de pertinência.
A segunda etapa denominada de exploração consiste em explorar o terreno para conceber uma problemática de investigação. Comporta operações de leitura, seguidas de resumos, que nos asseguram a qualidade da problematização, e de entrevistas e métodos, que nos permitem contactar com a realidade vivida pelos actores sociais.
A terceira etapa é designada pelos autores como a problemática, sendo esta entendida como a abordagem ou a perspectiva teórica que decidimos adoptar para tratarmos o problema formulado pela pergunta de partida. O seu desenvolvimento obedece a dois momentos: em primeiro faz-se o balanço dos problemas que surgiram durante a exploração, evidenciam-se e comparam-se pressupostos, e num segundo momento procede-se à construção da nossa problemática, referindo-se os principais pontos teóricos investigados / quadro conceptual, precisando a pergunta inicial e os conceitos e ideias gerais, dando coerência e potencial de descoberta à investigação.
A construção de um modelo de análise passa pela elaboração de um sistema coerente de conceitos e de hipóteses operacionais, que estão estritamente articulados entre si. Uma das dimensões da construção do modelo de análise é elaboração de conceitos, designada de conceptualização. Visa dar conta do real, exprimindo o essencial dessa realidade.
A segunda dimensão da construção do modelo de análise consiste na construção de hipóteses. Estas apresentam-se sob a forma de proposições de resposta às perguntas postas pelo investigador e constituem respostas provisórias e relativamente sumárias que guiarão o trabalho de recolha e análise dos dados e que terão, por sua vez, de ser testadas, corrigidas e aprofundadas.
Para a sua formulação também são apresentados dois métodos: o hipotético-indutivo, cuja construção parte da observação, o indicador é de natureza empírica, e a partir dele constroem-se novos conceitos e hipóteses; e o hipotético-dedutivo, em que a construção parte de um conceito que é a base do modelo de interpretação, este modelo gera hipóteses, conceitos e indicadores para os quais se terão de procurar correspondentes no real.

A etapa que se segue é a da observação que engloba o conjunto das operações através das quais o modelo de análise é submetido ao teste dos factos e confrontado com dados observáveis: observar o quê?, em quem?, como?.
Para responder à pergunta de partida, o investigador já formulou hipóteses, já fez observações, vai agora analisar as informações recolhidas para verificar se estas correspondem ou não às hipóteses formuladas. Assim, o primeiro objectivo da análise das informações é a verificação empírica, seguindo-se a interpretação de factos inesperados e rever ou afinar as hipóteses. As operações consideradas de passagem obrigatória na análise das informações são: a descrição e a preparação dos dados necessários para testar as hipóteses; a análise das relações entre as variáveis das hipóteses; e a comparação dos resultados observados com os resultados esperados a partir da hipótese, que pode ser confirmada ou não confirmada.
Segundo os autores, a conclusão de um trabalho de investigação social compreende geralmente três partes: 1ª- Retrospectiva das grandes linhas do procedimento: onde deve ser apresentada a pergunta de partida, as principais características do modelo de análise, as hipóteses de partida, o campo de observação, os métodos utilizados, e a comparação entre os resultados esperados e os observado; 2ª- Novos contributos para os conhecimentos: quais os novos contributos que a investigação trouxe para melhor conhecer o objecto em estudo; apresentar quais as perspectivas teóricas novas sob o ponto de vista do investigador para a problemática que escolheu; o próprio investigador pode avaliar a pertinência da problemática, e a operacionalização do modelo de análise por si seguido, partindo daqui para a formulação de novas perspectivas teóricas; 3ª- Perspectivas práticas: o investigador deve apresentar se possível, e tendo em conta a especificidade das ciências sociais, os elementos de análise que têm consequências práticas.



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