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Considerações Gerais sobre a Aprendizagem e o Ensino da Linguagem Oral e Escrita
(Maria Lúcia Haddad)

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O domínio da linguagem surge do seu uso em múltiplas circunstâncias, nas quais as crianças podem perceber a função social que ela exerce e por meio destas aquisições, desenvolverem diferentes capacidades, desse modo, a aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos mais importantes para que as crianças ampliem suas possibilidades de inserção e participação em práticas sociais diversas. O trabalho com a linguagem se constitui em um dos eixos básicos na educação infantil dada a sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.
As palavras só tem sentido em enunciados e textos que significam e são significados por situações. A linguagem não é apenas o vocabulário, lista de palavras e sentenças, é por meio do diálogo que a comunicação acontece, são sujeitos em interações singulares que atribuem sentidos únicos às falas. Assim sendo, a alfabetização não deve ser entendida como um desenvolvimento de capacidades relacionadas à percepção, memorização de treino de um conjunto de habilidades sensório-motoras e sim como um processo no qual as crianças, precisam resolver problemas de natureza lógica até chegarem a compreender de que forma a escrita alfabética em português representa a linguagem e assim poderem escrever e ler de forma autônoma.
Aprender a falar, não é só memorizar sons e palavras. A aprendizagem da fala, não se dá em desarticulação com a reflexão, o pensamento, a explicitação de seus atos, sentimentos, sensações e desejos, de modo que, a construção da linguagem oral, implica na verbalização e na negociação de sentido. A fala das crianças traduz seus modos próprios e particulares de pensar e não pode ser confundida com um falar aleatório, cabe ao professor ajudar as crianças a se expressarem melhor, a serem claros, valorizando sempre a intenção comunicativa para dar continuidade aos diálogos.
A linguagem escrita não é um sistema de codificação das unidades fonéticas, mas sim, um sistema de representação da língua, de maneira que o letramento é produto da participação em práticas sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnológico. As crianças desde os primeiros meses de vida, estão em contato com a linguagem escrita, desenvolvem interesse e curiosidade por essa linguagem, e logo percebem que ela (a escrita) representa algo. Contudo, para a criança aprender a escrever terá de lidar com dois processos de aprendizagem, o sistema de escrita da língua, o que ela representa e a característica da linguagem que se usa para escrever.
Nessa perspectiva, a aprendizagem da linguagem é concebida como a compreensão de um sistema de representação e não somente como aquisição de um código de transição da fala, ou seja, é um aprendizado que comporta diversas questões de ordem conceitual e não somente perspectiva-motora. A língua é um sistema de signos históricos e sociais que possibilitam ao homem significar o mundo e a realidade, de tal modo que, aprender a ler e a escrever faz parte de um processo longo, ligado à participação em práticas sociais de leitura e escrita.
Ouvir um texto é uma forma de leitura, cabe ao professor propiciar esse acesso à leitura, fazendo uso de poesias, parlendas, jogos de palavras, possibilitando às crianças atentarem-se não só aos conteúdos, mas também à forma, aos aspectos sonoros da linguagem, como ritmo e rimas, além das questões culturais e afetivas envolvidas, uma prática de leitura deve considerar a qualidade literária dos textos, porque é uma fonte de aprendizagem de novos vocabulários. Um bom texto deve admitir várias interpretações, superando-se, assim, o mito de que ler é somente extrair informações da escrita.
A organização dos conteúdos de linguagem oral e escrita deve se subordinar a critérios que possibilitem, ao mesmo tempo a continuidade em relação às propostas didáticas e ao trabalho desenvolvido nas diferentes faixas etárias, além de propiciar uma diversidade de situações didáticas em crescentes desafios, devendo a oralidade, a leitura e a escrita serem trabalhadas de forma integrada e complementar, potencializando-se os diferentes aspectos que cada uma dessas linguagens solicitam das crianças.
O professor deve estimular também, participações em situações de leitura de diferentes gêneros feitas pelos adultos e incentivar a observação e manuseio de materiais impressos, tais como, livros, revistas, histórias em quadrinhos, etc. No que se refere a crianças de quatro a seis anos, o professor deve ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão, fazendo com que os educandos interessem-se por conhecer vários gêneros orais e escritos, cabe ainda proporcionar a participação dos educandos em diversas situações de intercâmbio social nas quais as crianças possam contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, elaborar e responder perguntas, além de fazer com que se familiarizem com a escrita por meio do manuseio de livros, revistas e outros portadores de texto. Em relação mais especificamente ao tratamento que se deva ser dado à escrita na educação infantil, este pode ter como base a oralidade para ensinar a linguagem que se usa para escrever. A reelaboração dos textos produzidos, realizada coletivamente com o apoio do professor, pode tentar melhorá-los, acrescentando, retirando, deslocando ou transformando alguns trechos com o objetivo de torná-lo mais legível para o leitor, mais claro ou agradável de ler.



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