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A Nova História Cultural e sua Contribuição para o Educador
(Daniela teixeira)

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A Nova História Cultural e sua Contribuição para o EducadorA Nova História Cultural tem trazido novos ares ao trabalho do professor de história e do historiador pelo fato de buscar analisar a massa anônima, seu modo de viver, agir, pensar, sentir, seu cotidiano, problematizando o social, apesar de algumas vezes deixar de lado a preocupação com a influência econômica e política nas relações sociais.Essa maneira de estudar e pesquisar a história impulsionou o mercado que logo se empenhou em lançar revistas (que muitas vezes dominam as bancas), livros, programas de televisão, DVDs. Enfim uma infinidade de produtos que dão exclusividade aos assuntos abordados pela Nova História Cultural, trazendo a disciplina História para o gosto do público, este já estava farto de uma história positivista, factual que exaltava os grandes feitos e os grandes personagens sem uma relação com o presente ou com o cotidiano.Presenciamos também no meio acadêmico o crescimento da utilização da N. História Cultural nas pesquisas e projetos, buscando um distanciamento com a história oficial. O estudo dos grandes feitos, grandes acontecimentos e dos grandes personagens que mudaram o curso da história são essenciais para se compreender a sociedade, mas não são os únicos meios. A Nova História Cultural vem nos mostrar que a História pode ser mais divertida e mais próxima, através do estudo das pessoas comuns, seus hábitos, costumes, crenças, mentalidades.Outra questão que torna a N. História Cultural uma ótima ferramenta é o fato de utilizar ciências como a antropologia, a geografia, a sociologia, a arqueologia e muitas outras para estudar a história. (...) A base filosófica da nova história é a idéia de que a realidade é social ou culturalmente constituída. O compartilhar dessa idéia, ou sua suposição, por muitos historiadores sociais e antropólogos sociais ajuda a explicar a recente convergência entre essas duas disciplinas. [1]Através da N. História Cultural se começa a questionar o conceito das mentalidades por considerá-lo muito vago. No lugar de recorrer ao estudo das mentalidades, ela aborda o estudo da cultura, afirmando que a mentalidade não pode ser vista como de uma época, pois na mesma época existem culturas diferentes com mentalidades distintas. Conforme Ginzburg a cultura é: “o conjunto de atitudes, crenças, códigos de comportamento próprios das classes subalternas em certo período histórico.” [2] dessa maneira os historiadores da N. História Cultural analisam as classes sociais e seus conflitos, não discriminando o pensamento marxista.A Micro-História, que surge nesse novo estilo de se analisar e conceber a história, faz o papel de enxergar aquilo que a historiografia deixou pra trás, exercendo uma análise mais criteriosa e inserindo essa análise num contexto mais amplo. É um instrumento nas mãos dos historiadores da N. História Cultural. Todas essas características contribuem muito para o desenvolvimento das aulas e das pesquisas em história, justamente pela quantidade de fontes que estão surgindo e também porque, de certa forma, acaba tornando as aulas mais atraentes e divertidas mostrando as coisas comuns que faziam parte do cotidiano daqueles que a história oficial omitiu. Quando um professor for dar aula sobre o chamado período medieval, por exemplo, além de abordar os aspectos e conceitos tradicionais, pode também dar ênfase aos aspectos culturais que diziam respeito à população em geral, como a condição das mulheres, das crianças, a visão sobre a vida e a morte, sobre a homossexualidade. A micro-história pode especificar ainda mais esse estudo dando uma visão mais minuciosa. A revista História Viva da editora Duetto pode servir de instrumento ao professor, pois sempre traz abordagens em torno da Nova História Cultural, como na edição de março de 2004 em que traz um dossiê sobre a Idade Média analisando o fato de a homossexualidade não ser tabu até determinada época, a utilidade dos bordéis, a condição das mulheres comuns, entre muitos outros assuntos interessantes que contribuem para diminuir a carga teórica do ensino da história. Essa nova abordagem da história abre um leque de oportunidades para o educador e para o pesquisador e acaba desconstruindo mitos, despertando nosso senso criativo e nossa curiosidade. Além de diversificar e tornar as aulas mais atraentes a análise por meio da Nova História Cultural facilita a compreensão, pois aproxima e relaciona o passado com o presente. Essa relação nos leva a analisar o que passou com os olhos de hoje, Le Goff chamou isso de “influência deformante do presente na leitura do passado”[3] e que se deve tomar cuidado para buscar entender o pensamento e a mentalidade de determinada cultura em determinada época. Enfim a Nova História Cultural sem dúvida nenhuma é uma ótima maneira de se analisar a história, mas ao mesmo tempo corre-se o risco de visar apenas aspectos culturais sem buscar uma compreensão dos acontecimentos de forma política e econômica, tornando o ensino da história um tanto despolitizado e sem uma visão crítica da sociedade. Esta seria a causa da não aceitação dos historiadores marxistas pela N. História Cultural, mas acredito que possamos utilizar as duas abordagens, cultural e econômica, para ter um retorno mais satisfatório de nosso trabalho em sala de aula. [1] BURKE, Peter. A Escrita da História. São Paulo: UNESP, 1996. p. 11[2] GINZBURG, Carlo. O Queijo e os Vermes. São Paulo, SP: Cia. das Letras, 1986. p. 16[3] LE GOFF, Jacques. História e Memória. Unicamp, 1994. p. 30



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