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Desenvolvimentismo e Governo JK - Parte II
(Miss Emery)

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3. Governo Juscelino Kubitschek Juscelino Kubitscheck foi presidente do Brasil entre 1956 e 1961. Seu estilo de governo uniu a simpatia, necessária aos líderes carismáticos, à extrema habilidade de negociação, imprescindível ao jogo político. Conhecido pela suas realizações econômicas, JK governou sob o estandarte do princípio nacional desenvolvimentista, canalizando o Brasil a um forte e marcante crescimento econômico, assim como, a um período de relativa estabilidade política. Através do Plano de Metas, Juscelino firmou seu governo em 31 pontos de apoio, subdivididos em seis grandes grupos: energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação e, sua meta principal, ou seja, a construção de Brasília. Por sua vez, o Plano de Metas visava estimular a diversificação e o crescimento da economia, através da expansão industrial e da integração de todas as regiões, com a capital no centro do território brasileiro. Contudo, o Plano Nacional para o Desenvolvimento “não era um programa rígido, era mais uma série de objetivos através dos quais setores designados deveriam ser dirigidos”[1], fato que explica apenas a inclusão nominal da agricultura e educação neste projeto. Para o bom funcionamento da sua proposta desenvolvimentista, JK teve que enfrentar alguns problemas, demandando estratégias que garantissem a manutenção da estabilidade política, e, conseqüentemente, o sucesso de sua empreitada governamental. Para tal, Juscelino cortejou os diferentes setores, evitando conflitos, usando de uma admirável habilidade política para ajeitar os interesses de cada grupo social em seu programa de metas. “Sua estratégia básica era pressionar pela rápida industrialização, tentando convencer a cada grupo do poder que teriam alguma coisa a ganhar ou, então nada a perder. Isto requeria um delicado equilíbrio político”[2]. Logo, JK fez do embate entre o desenvolvimento e a matriz monetarista, que privilegiava a estabilização, um poderoso instrumento de ação política, capaz de mobilizar diferentes setores da sociedade a partir da evocação de um ideário nacionalista. Entre as táticas estabelecidas por Juscelino havia a capitação de investimentos privados, sejam nacionais ou estrangeiros, para as indústrias de base, feita através do crédito fácil, do oferecimento de um mercado consumidor em expansão e da isenção de alguns impostos sobre a importação de equipamentos. Para a agricultura, JK não ofereceu grandes mudanças no sistema agrário nacional, o que não acarretou em oposição da elite rural no país. Em relação aos trabalhadores, Kubitschek adotou uma política cautelosa apoiada em aumentos salariais; no controle da estrutura sindical; e, no apelo populista de seu governo, que voltava às massas para problemas não ideológicos, como a construção de Brasília. Contudo, havia dois setores que apresentavam maiores dificuldades de satisfação. O primeiro consistia na classe média urbana, que via no plano desenvolvimentista de Juscelino uma forte fagulha à corrupção e ao favorecimento político. O segundo grupo era os intelectuais, que foram atraídos pela criação do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, o ISEB, deixando de representar uma forte oposição ao governo JK. Juscelino era mais que um líder populista, era um político hábil que sabia cooptar apoio político no conturbado jogo de forças deixado por Vargas. Estrategicamente, Kubitschek cortejou os militares através do atendimento de suas necessidades, tais como aumentos salariais e equipamentos; tranqüilizou o fanatismo anticomunista, principalmente entre as forças armadas, causado pela situação mundial insipiente a Guerra Fria; manobrou no congresso sua bancada de apoio e oposição de maneira eficaz; foi bem sucedido com osgovernadores, que eram importantes manipuladores da opinião pública; e, por fim, foi bem habilidoso em relação a sua política externa, já que seu programa de industrialização dependia fortemente da cooperação do Governo dos Estados Unidos e dos investidores privados americanos. Os principais problemas do governo de Juscelino Kubitschek foram a grande dependência do capital estrangeiro e o estabelecimento do processo inflacionário, decorrido após o terceiro anos de seu mandato. Em relação ao primeiro ponto, JK se auxiliou no Fundo Monetário Internacional, o FMI, considerado um termômetro de confiabilidade para os principais credores, que eram os bancos particulares norte-americanos e o governo dos Estados Unidos. Em ralação ao segundo ponto, o processo inflacionário decorrido de uma economia em crescimento transformou os últimos anos do mandato de Juscelino em uma corrida em prol da estabilidade sem estagnação. Por fim, o que viu foram inúmeras tentativas de estancamento da inflação, que se frustraram em meio ao processo de desenvolvimento; uma oposição crescente ao seu governo que não mais conseguia ajeitar os interesses de todos os setores sociais e políticos; e, por fim, a quebra das relações com o FMI, que não mais via estabilidade no governo brasileiro. [1] SKIDMORE. Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Terra e Paz, 1982. p.207 [2] Idem. p. 208. BIBLIOGRAFIAFAUSTO, Boris (org). O Brasil Republicano. Sociedade e Política (1930-1964). 3º volume. São Paulo: Difel, 1986. 604p. SKIDMORE. Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Terra e Paz, 1982. 512p. http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimentismo consultado em 14 de março de 2007.



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