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os sete enforcados
(leonidas andreiev)

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“Há uma hora da tarde” – deram a notícia ao ministro que descobriram um atentado contra sua vida; aconteceria no dia seguinte, e seria quando ele saísse de casa para despachar; “A uma hora da tarde” – foram tomadas logo as providencias; o ministro passaria a noite em um outro palácio e ali permaneceria até a prisão dos terroristas. Rolava de um lado para o outro, não conseguia conciliar o sono. Sempre vinha à sua cabeça “A uma hora da tarde”. Olhou para as grandes janelas sem grades e pensou: por que já não prenderam esses terroristas, uma vez que sabiam quem eram? Parecia que a morte estava escondida em um canto do quarto, esperando o momento para se apresentar a sua vitima. Pensou como seria se não tivesse sido alertado do atentado; acordaria, passariam e vestiriam sua roupa, tomaria o café preparado e trazido pelo criado e seria cumprimentado gentilmente pelo porteiro ao sair.Um desperdício, seria tudo um completo desperdício. Um cadáver precisa de roupas passadas? E para que o café já que não se passará muito tempo até que quem o tenha tomado pereça? E pior, o simpático porteiro que me abriria as portas para a morte. O horário chegou, os terroristas foram presos. Eram quatro no momento mais uma cúmplice que estava na casa onde tudo fora tramado. Chegaram diante do juiz; eram todos jovens, mas tinham reações diferentes ao que estava acontecendo. Um dos terroristas era filho de um comandante reformado. Ele olhava fixamente para o céu estava com uma fina camada de cinza deixando transparecer um pouco do azul da primavera que já se anunciava. Uma outra terrorista , a que foi pega em casa como cúmplice, mantinha sobre os outro quatro um olhar preocupado e maternal; percebendo que o filho do comandante olhava para o céu, também ficou a fitá-lo. Um dos terroristas tinha um olhar direto e frio que lançava em direção aos juízes. Ela era filho de um rico comerciante, era muito culto. A outra mulher, jovem de seus 19 anos não revelou seu passado, nem o nome verdadeiro, mas parecia muito sofrida. O último era um rapagote que tremia e que estava muito assustado com tudo que estava acontecendo. Imaginavam que os colocariam juntos em uma só cela e logo procederia-se o suplício, porém não foi o que ocorreu. Foram separados e esperaram algum tempo até o suplício. Paralelamente ao atentado ao ministro ocorreu outro atentado, porém a um fazendeiro.; o estrangeiro era trabalhador, trabalhava por salário mínimo, e como outros, era beberrão. O patrão intentou demiti-lo por causa da bebedeira, porém, pensando melhor, chegou a conclusão que qualquer outro trabalhador daquela região seria igual e, melhor, ele se contentava com o salário mínimo. Fez-se assim a vida, até que um belo dia, prendeu a empregada na cozinha, desferiu vários golpes no patrão e, quando esta já estava caído, olhou para sua mulher e intentou violentá-la, porém ela era mais forte do que ele e ele não conseguiu concluir seu intuito. Ele era outro condenado ao suplício, encerrado entre as grades. O último dos sete condenados era um cigano que já havia cometido diversos crimes porém o último, do qual se tinha provas, foi o latrocíonio de três pessoas. Já os sete em suas celas começaram a lidar, cada um a seu modo, com a proximidade do suplício; a jovem de 19 anos achou que não era digna de morrer tal morte, pois o suplício fora preparado para os mártires e em pensar que morreria como um deles, uma vaidade vinha a seu coração. A cúmplice, no entanto, não fazia caso de sua morte; estava muito preocupada com seus amigos para pensar em si própria. O filho do comandante, por sua vez, fazia exercícios físicos, mas após perceber a inutilidade deles diante de seu futuro, procurou de todas as formas debilitar seu corpo, ora tão saudável. O filho do comerciante rico, de tão prepotente que era, tornou-se a mais benévola das criaturas e o rapagote trêmulo, do julgameto, se apavorava cada dia mais e mais . O estrangeiro vivia dizendo que não queria ser enforcado, numa ingenuidade infantil, jáo cigano estava procurando, de qualquer jeito fugir daquela cela e voltar a ser livre; com o passar dos dias, o estrangeiro começou a pensar que o suplicio não ocorreria, já que estava demorando tanto; até engordou neste período e pensava na mulher do patrão. A noticia que o suplicio se aproximava o fez emagrecer do dia pra noite. Mandaram chamar os parentes para se despedirem. Só quem os quiseram ver foram o filho do comandante e o filho do comerciante rico. O comandante combinou com sua esposa de evitarem cenas e não tornarem mais penoso o suplício do filho. No começo deu certo, mas depois, tomados pela emoção, abraçaram-se e beijaram-se copiosamente. O filho do comerciante rico só recebeu a mãe. A mãe chorava e parecia não compreender a gravidade da situação;o filho chorava e tentava explicar a mãe o que estava para acontecer. Bem, o dia chegou e só conseguiram tirar o estrangeiro da cela a força; deixaram-os juntos por alguns instantes, logo começaram a conversar como nos velhos tempos; a caminho do suplício cada um dizia sua impressão sobre a morte próxima. Chegando ao local, de dois em dois subiam ao cadafalso e por último a cúmplice, sozinha, também teve o seu final.



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