PENSADORES DO BRASIL: o mundo não os conhece
(Peter Burke;)
Segundo o historiador inglês Peter Burke - que é professor titular de História da Cultura na Universidade de Cambridge e autor de diversos livros conhecidos internacionalmente, entre os quais O Que É História Cultural e Hibridismo Cultural - o Brasil coloca no mercado mundial novelas e músicas, mas não é conhecido em outras áreas culturais. Ele afirma que o impacto da MPB é grande, mas o impacto das ciências sociais do país, pouco se pode sentir, ao menos na Inglaterra, onde quase ninguém conhece o nome de um intelectual brasileiro que não seja um político, como, por exemplo, Fernando Henrique Cardoso. Burke é casado com a historiadora brasileira Maria Lúcia Garcia Palhares, foi professor visitante da USP por um ano e parece estar disposto a colaborar com a difusão do que os cientistas sociais já produziram em nosso país. Para isso vai escrever um livro, junto com sua mulher, analisando a obra de Gilberto Freire. Burke vê no Brasil um espaço incomum para a hibridização e lembra que na Europa há tolerância no convívio pacífico entre as diversas crenças religiosas, entretanto, diz ele, um católico por lá não freqüentaria um templo de outra religião, enquanto por aqui um fiel vai à missa, ao centro espírita e ao terreiro. Acredita, ainda, que a cultura norte-americana poderá perder espaço no mundo globalizado das próximas décadas, previu que a China incluirá valores, hábitos e crenças no imaginário internacional em 20 anos e destacou que os filmes de Taiwan e Hong Kong já exportam a cultura local com êxito, senão global, pelo menos internacional.
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