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FERNÃO CAPELO GAIVOTA
(RICHARD BACH)

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FERNÃO CAPELO GAIVOTA

Tem alguma idéia de por quantas vidas tivemos de passar até chegarmos a ter a primeira intuição de que há na vida algo mais do que comer ou lutar, ou ter uma posição importante dentro do bando? Mil vidas, Fernão, dez mil: E depois mais cem vidas até começarmos a aprender que há uma coisa chamada perfeição e ainda outras cem para nos convencermos de que o nosso objetivo na vida é encontrar essa perfeição e leva-la ao extremo. A mesma regra mantém-se para os que aqui estão agora, é claro: escolheremos o nosso próximo mundo através daquilo que aprendemos neste, não aprender nada significa que o próximo mundo será igual a este, com as mesmas limitações e pesos de chumbo a vencer.
As gaivotas que desprezam a perfeição por amor ao movimento não chegam a parte alguma devagar. As que ignoram o movimento por amor à perfeição chegam a toda parte, instantaneamente.
Lembre-se, Fernão, o paraíso não é um lugar nem um tempo, porque lugar e tempo não significam nada, o paraíso é...
O truque estava em saber que a sua verdadeira natureza vivia tão perfeita como um número não escrito, em toda parte e ao mesmo tempo, através do espaço e do tempo.
Esqueça a fé – dizia-lhe Chiang repetidamente – Você não precisa de fé para voar, precisou sim, compreender o que era voar. Isto é a mesma coisa. Tente outra vez...
“Vê mais longe a gaivota que voa mais alto”
- Bem, já que não fazemos parte do bando não temos de nos submeter à lei...
Falou de coisas muito simples, que as gaivotas têm o direito de voar, que a liberdade é própria de sua natureza, que todo aquele que se oponha a essa liberdade deve ser posto de parte, que a oposição seja motivada por ritual, superstição ou limitação de qualquer forma.
- Por de parte? – Gritou uma voz entre a multidão – Mesmo se for à lei do bando?
- Só a lei que conduz a liberdade é verdadeira – disse Fernão – Não há outra.
Por que será – interrogou-se Fernão – que a coisa mais difícil do mundo é convencer um pássaro de que é livre e de que pode prová-lo a si próprio se se dedicar a treinar um pouco? Por que será tão difícil?
- Não compreende com você consegue amar um punhado de pássaros que acabam de tentar matá-lo.
- Oh! Chico! Não é isso que você ama! Você não ama o ódio e o inferno, é claro! Você tem de treinar até ver a verdadeira gaivota, o que há de bom em cada uma delas e ajuda-las a ver isso nelas próprias. Para mim o amor é isso. Quando você conseguir compreender e por isso em prática, até achará divertido.
- Você já não precisa de mim. Precisa continuar descobrindo pouco a pouco, todos os dias, o verdadeiro e ilimitado Francisco Gaivota. É ele o seu melhor instrutor. Você precisa compreendê-lo e treina-lo.
- Pobre Chico! Não creia no que os seus olhos lhe dizem. Tudo que mostram é limitação. Olhe o entendimento, descubra o que você já sabe e verá como voar.
E embora tentasse mostrar-se severo com os seus alunos, Francisco Gaivota viu-os de repente como eram realmente, por um momento, e, mais do que gostou, amou o que viu. “ Não há limites, Fernão?” pensou, e sorriu. A sua corrida para a aprendizagem acabava de começar.



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