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JUBIABÁ
(Jorge Amado)

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GRANDE ROMANCE DE CORDEL
Li JUBIABÁ, o quarto romance escrito por Jorge Amado aos 23 anos já lá vão setenta e dois anos, sim, acabei de lê-lo. É ainda um belo guia para quem visita Salvador da Bahia. Li-o numa edição portuguesa com capa de Luiz Duran em que se vêem os olhos profundos do velho pai-de-santo sobre a baía de Todos-os-Santos e o perfil dos que trazem as redes numa emulsão de prata.Disseram-no um "romance proletário",muitos,e "uma vulgar e medíocre obra",alguns. Não é nem uma coisa , nem outra. Trata-se de um longo romance de cordel,logo, para ser contado em vez de ser lido.O termo romance ,aceito-o, é em si um termo capaz de causar equívocos, os mesmos que denuncio. É talvez a saga de um tal António Balduíno desde o morro onde vive com a velha tia até à estrada do mar onde navegará um sonho de justiça. Então, porque se chama Jubiabá,nome do velho pai-de-santo, o mais famoso caboclo que lá houve e viveu entre nunca e apesar de tudo ?A resposta deu-a Gilberto Gil quando em 1986 escreveu e compôs uma canção para o filme homónimo de Nelson Pereira dos Santos:" tinha a guia que lhe deu Jubiabá". O Baldo,lutador de boxe, transporta o santo e a senha de quem veio de África há muitas gerações,e luta por escrever o seu ABC de coragem ou pelo direito a melhores salários como símbolo de uma luta maior do que ele pela cultura, pela religião, pelo direito ao trabalho. Todos os romances possuem lá dentro outro romance mais pequeno,neste sentido JUBIABÁ de Jorge Amado é um romance . O António Balduíno amava a filha do patrão, Lindinalva, amor platónico e esconjurado por todos. Ela viria a terminar na prostituição, e António, o desordeiro, o vagabundo,o malandro, prometeu-lhe no leito de morte ajudar a educar o filho dela com um advogado. Foi trabalhando que descobriu a possibilidade de os homens lutarem de uma forma concreta,solidária, inesperada por uma liberdade de brancos,pretos e mulatos. Outro músico, Martinho da Vila, o compreendeu:"QUERO MEUS OLHOS ABERTOS ". Porque a metáfora central de Jubiabá reside numa frase do pai-de -santo sobre o olho da piedade e o olho da ruindade. A Bahia ,além do farol da barra, possui os olhos de Jubiabá. Jorge Amado compreendeu isto, e deixou-nos como herança e legado de arte.



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