Viagem
(Cecília Meireles)
Viagem – Cecília Meireles
O poema estrutura-se em quatro quadras com o esquema de rimas alternadas, com modificação de sons em cada estrofe. Os três primeiros versos de cada uma são sempre de oito sílabas poéticas (octossilábicos) e o quarto verso com apenas duas sílabas poéticas (dissílabos). Cecília valoriza as antíteses, o reforço poético (repetições) e a linguagem simples, clara, sem rebuscamento nas imagens. Vida e canção se confundem. A ela não importa a vida ser breve, efêmera. A maior consciência que tem é a de que ela canta, e no canto, na poesia, portanto, está a plenitude. Daí a imagem do sangue eterno e da asa ritmada. O poeta sabe que morre, mas seu canto é eterno. Seu canto é motivo de sua vida. Ciente de sua transitoriedade, o poeta se irmana a tudo que é fugidio. Daí sua travessia ser no vento. O vento é provavelmente a palavra que mais aparece ao longo de “Viagem”. O vento, segundo os estudiosos dos símbolos, está associado à inconstância, ao sopro do espírito, ao sopro cósmico e purificador, às mensagens divinas dos anjos, à inquietação e turbulência; o vento é o regulador dos equilíbrios cósmicos e morais; relaciona-se ao poder das mudanças, é destruidor e renovador; comunica doçura e cólera. Seria cansativo arrolar todos os exemplos de vento ou ventania em “Viagem”: por hora basta lembrar que aprendemos com o vento para enfrentar a tempestade.
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