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O CONTO NA MODERNIDADE BRASILEIRA
(Maria Cristina da Silva)

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Luiz Costa Lima faz uma reflexão sobre a trajetória do conto brasileiro relacionando-o com o estilo de vários autores, entretanto, dá especial destaque à obra de Mário de Andrade, devido a sua relevante contribuição ao escrever Os Contos de Belazarte (1934) e Contos novos (1956), publicado após sua morte. Ressalta que o conto de Mário de Andrade se opõe ao estilo de marcação teatral presente em várias obras da época de autores como Affonso Arinos, Monteiro Lobato e João Alphonsus.
Ao contrário da marcação teatral, o conto na visão de Mário de Andrade é visto em tom de insinuação, mesclando o lírico e a malícia, a ingenuidade, levando o leitor a descobrir os sentimentos dos personagens. O cotidiano retratado por Mário de Andrade ressalta o uso da linguagem coloquial, enfatizando a vida do trabalhador comum, em sua vida rotineira.
Ao falar de Alcântara Machado, Mário de Andrade considera que seu estilo foge da encenação, pois o cotidiano retratado por este autor se fundamenta ema anedotas de concreção. Já para Aníbal Machado, apesar do conto ter uma visão lírico-sentimental ainda se mostra inconsistente. Uma mistura entre literatura de jornal e crônica. O conto é enfatizado no contraste entre as etapas da vida e não exige nada mais além do leitor do que acompanhar o desenrolar da estória.
O autor em tela ainda se refere a Clarice Lispector que entende o conto relacionado com um evento de que participam, por isto a autora afirma que o conto é mais espacial do que temporal. Os dilemas dos personagens só são possíveis se determinadas pelo onde e como estão. O cenário ideal para o conto na visão de Clarice Lispector é a tensão entre o esforço de manter-se no equilíbrio em contraposição ao surgimento de um evento transformador.
Ao lado de Mário de Andrade, Graciliano Ramos escreveu contos com ausência de qualquer tipo de recurso lírico ou de toques de humor. Não espaço para o imaginário, pois suas situações são fundamentadas em matéria real. Para Graciliano Ramos, o inferno está na própria matéria em que a vida se consolida. O coloquial que Graciliano Ramos retrata é o da miséria que o cotidiano oferece a algumas pessoas.
Ao referenciar João Antônio e Dalton Trevisan, o autor ressalta que são autores que retrataram o submundo sócio-econômico e das paixões presentes no mundo moderno. Ambos os autores utilizam a funcionalidade nos contos através do uso literário para não confundir o espaço ficcional literário com o emprego de uma determinada linguagem. Já Manuel Antônio de Almeida de Lima Barreto retratam o ócio em seus contos, o desemprego, o subemprego, o submundo.
Rubem Fonseca adota o princípio da arte pop, dos clichês, dos estereotipo e da linguagem banal, que a princípio causa certo choque no leitor diante de tanto lixo verbal. Retrata em seus contos fracassos, superficialidade, convencionalidade da linguagem como forma de dominação do cotidiano. O autor é então favorecido e prejudicado pelas dimensões reduzidas do conto de Rubem Fonseca. Em Roberto Drummond seus contos exploram a ambigüidade e a ironia, o real e o imaginário.
Para Guimarães Rosa a realidade é um lastro que se projeta a frente, buscando tematizar o imaginário. Para ele, é fundamental ampliar o círculo do real, tornando-se possível algo que antes não parecia caber. Seu imaginário se consolida através do destino itinerante.
O autor também se refere à dificuldade de escreverem-se contos na atualidade, sendo a abertura do imaginário uma das principais barreiras. É preciso retornar ao mundo real e idealizar um mundo fantástico para se construir um conto, numa constante mudança nas fronteiras da loucura e da normalidade, sem, portanto, se identificar em que momento está-se lúcido ou normal.
Para o autor, o narrador do conto elabora uma estória a partir de um cotidiano seu ou de alguém conhecido. Apesar da dificuldade em desenvolver-se os contos, na atualidade os autores têm procurado incorporar a vivência e do questionamento a fim de produzir novas obras com maior requinte e qualidade.



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