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Memórias de Minhas Putas Tristes
(Gabriel Garcia Marquez)

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O personagem é o de sempre, a solidão. O próprio autor já afirmara: “Em geral, um escritor só escreve um único livro, embora esse livro apareça em muitos tomos, com títulos diversos.” Noutro momento de sua vida asseverou que o seu é “o livro da solidão.” Pois bem, MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES, último livro do colombiano GABRIEL GARCIA MARQUEZ, é um belíssimo romance sobre este tema. Edição da Record, publicado neste 2005, tem a tradução do sempre correto ERIC NEPOMUCENO. Destaque para a capa, que é, também, a do original. Obra de arte de rara sensibilidade é, por si só, uma perfeita síntese do texto. Desta vez, o solitário é um professor aposentado e jornalista, insaciável freqüentador de bordéis, massacrado pela vida sem perspectivas que, logo na abertura do livro, fixa um objetivo: “no ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, você vai ver.” Rosa atende ao pedido e lhe permite desenvolver uma relação inusitada que beira o absurdo e o fantástico. Momentos de pura ternura se alternam com situações tragicômicas e crises de ciúmes coroadas por atos de violência e destruição de móveis e utensílios. De alguma forma, o autor acaba recriando a lenda da Bela Adormecida já que a menina nunca está desperta e, nesta condição, é mantida pelo protagonista. A solidão aqui recebe um tratamento bem diferente daquele que, por exemplo, foi dispensado ao ancião de NINGUÉM ESCREVE AO CORONEL, onde a agonia doída e o sofrimento sem possibilidades de redenção angustiam o leitor enquanto o coronel, diuturnamente, vai ao porto em busca da carta que nunca chega. Aqui não: há sempre a perspectiva da busca do novo e de um desfecho sem agonia e sem tristeza. Afinal de contas, o nonagenário, consciente de que “o sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança”, escapa das dores da solidão e mesmo sofrendo as agruras do amor, proclama que “não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego”. Com suas parcas cento e vinte e sete páginas, este MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES é, por certo, um grande momento da literatura latino-americana. TM- ano 4- nº 11out/nov 2005



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