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Avaliação
(Philippe Perrenoud)

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Avaliar é criar hierarquias de excelência. Avaliar é privilegiar um modo de estar em aula e no mundo, valorizando formas e normas de excelência. Avaliar é prevenir ante ao fracasso escolar.
Essas são algumas das definições de avaliação dada pelo autor, Perronoud, e, seu texto.
Perrenoud vem trazendo uma reflexão simbólica para a definição da avaliação no âmbito educacional, visando duas vertentes, duas lógicas: A avaliação tradicional ou normativa e a Avaliação formativa ou emergente.
A avaliação não é uma tortura medieval e sim uma invenção para estigmatizar a ignorância de alguns e celebrar a excelência de outros.
Alguns pedagogos, preocupados com a função da avaliação, vem requerer a cada geração, uma avaliação mais a serviço do aluno do que do próprio sistema. Há sim, uma tentativa de aprimorar o sistema, contemporizando-o, favorecendo uma pedagogia diferenciada e evolucionária. Mas o processo ainda é muito lento e para isso, deverá existir uma reforma no mundo institucional, escolar.
O autor faz com que tenhamos um olhar mais descritivo sobre a avaliação e sua função e ainda assim nos faz pensar que não se pode melhorar a avaliação sem tocar no conjunto do sistema, sendo ele didático ou escolar.
O processo de avaliação do resultado escolar dos educandos está marcado pela necessidade de criação de uma nova cultura sobre avaliação, que ultrapasse os limites da técnica e incorpore em sua dinâmica a dimensão ética (Esteban).
Sendo assim, entende-se por avaliação tradicional, uma certificação instituída que um aluno sabe globalmente o que é necessário saber para passar de ano. É sobretudo, um modo de regulação da divisão vertical do trabalho pedagógico.
A escola ensina e se tiver vontade e meios intelectuais, o aluno aprende, tirando assim sua responsabilidade pela aprendizagem, limitando –se a oferecer a todos a oportunidade de aprender.
A avaliação tradicional não possibilita os aluno o desejo do saber e sim o interesse por aquilo que representa pontos para passar de ano.
A nota , no entanto, é uma mensagem que não diz de início ao aluno que ele sabe, mas o que pode lhe acontecer. Como revela o autor, mensagem esta tranqüilizadora para uns e inquietante para outros.
Por sua vez, avaliação formativa nasce desse descontentamento da pedagogia em relação ao aprendizado e a forma que se avalia um aluno.
Perrenoud define que uma verdadeira avaliação formativa é necessariamente acompanhada de uma intervenção diferenciada, com o que isso supõe em termos de meios de ensino. Mas não descarta a possibilidade dela se chocar com os obstáculos da avaliação tradicional e é o que acontece realmente. Primeiro porque requer uma visão igualitária da escola e requer mais ainda uma estratégia pedagógica de luta contra o fracasso e as desigualdades.
A avaliação formativa não dispensa os professores de darem notas ou de redigir apreciações, informando aos pais sobre as aquisições dos alunos, mas tem como principal função formar e informar cidadãos, alunos.
A democratização do ensino e a busca de uma pedagogia mais diferenciada fizeram emergir, e depois se difundir, a lógica formativa. Há quem diga que os sistemas educativos modernos tendem a avançar para uma avaliação menos seletiva e mais formativa, mais integrada à ação pedagógica do cotidiano, onde o aluno não será um mero fantoche e sim um participador de sua própria aprendizagem, formando-se e informando-se. E onde a avaliação tradicional se dissipe ao continuar criando fracassos, empobrecendo e o pior “emburrecendo” nossos alunos e se utilizando de didáticas conservadoras.
Luckesi define esse processo como uma motivação negativa do professor, que colabora para que isso aconteça, que valoriza por demais a nota e desvaloriza o processo da aprendizagem, fazendo assim das provas um instrumento de ameaça para o aluno.



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