O Enfermeiro
(Machado de Assis)
Mais uma vez ,M. de Assis penetra profundamente na alma humana e faz do Enfermeiro um conto interessante. Neste, o narrador é o próprio personagem : Procópio José Gomes Valongo, quarenta anos, vivendo de favores na casa do vigário e que narra na velhice o que lhe acontecera quando fora cuidar do coronel Felisberto, sessentão, agressivo e rabugento.Este vivia nas proximidades da vila e gostava de dar bordoadas nos que lhe serviam. A princípio , o coronel trata-o bem, mas logo depois, começa a insultá-lo. Este , após três meses, já não aguentando mais as desfeitas do velho, resolve ir embora. O vigário, convence-o a ficar. O coronel lhe pede desculpas. Ele fica. Numa noite, o coronel num de seus momentos de loucuras acorda-o aos gritos e descontrolado atira-lhe uma moringa nos rosto. Procópio, então, num acesso de raiva, esgana-o até a morte. Logo em seguida cai em si, apavora-se diante a idéia que descubram o que acontecera,.Após uma noite infernal de preocupação, ele manda avisar ao vigário e ao médico que o coronel morrera durante a noite. Durante a cerimônia, não sai de perto do caixão, com receio de que a verdde venha à tona.Nada, porém, acontece. Após o enterro, volta para a corte, onde o remorso não lhe dá sossego: e com a consciência pesada manda rezar uma missa para o coronel. E assim, tecendo sempre comentários elogiosos sobre o defunto, tentando de certa forma aplacar sua consciência ao imaginar que o velho não duraria muito tempo. Alguns dias depois, descobre que é herdeiro dos bens do coronel.Promete dar parte dos bens para a igreja,antes de recebê-la. Ao receber muda de idéia e doa apenas uns contos de réise manda construir um túmulo de mármore para o coronel. Com o tempo as lembranças do coronel não ficando distantes e confusas na mente do narrador; há para ele apenas uma certeza de que, segundo os médicos para qual ele relatara as doenças do velho, este não teria vivido muito tempo mesmo.
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