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Mrs Dalloway
(Virginia wolf)

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“Comprarei em mesma as flores!”
Um só dia na vida de Mrs Dalloway. E ia dar uma festa. O tempo urgia. Os últimos preparativos clamavam atenção, as flores, o vestido. Ela adorava as suas festas e adorava Londres. Era o seu método próprio de se tornar útil, criava um ambiente social artificial em que ajudava os menos precavidos com a presença dos mais desenvoltos. Podiam considerá-la frugal, materialista, egoísta, mas tão só a sua única intenção era proporcionar aos outros algum prazer e divertimento.
Um só dia de atribulações para uma só festa. Um só dia em que o seu passado voltava. Aliás um processo continuo em que esse passado nunca chegou mesmo a ser passado, apenas uma tela continua de tempo através da sua consciência. Peter Walsh voltava da Índia. Reavivavam-se memórias que se pensavam já guardadas. Repensa a categórica, quase fria, resposta negativa que se concretizara naquele dia, perto ao lago, em Bourton, naquela manhã quente de Verão. A partir daí nada mais foi igual. Clarissa casou com Richard, Peter partiu para as Índias. Estaria ela arrependida? Richard é um bom marido, foi a escolha certa, pensa.
Richard tinha lanchado com Lady Bruton, que nunca convidava Clarissa.
Peter voltou. Visita-a. Todos os esses momentos do passado afloram à tona da pele. O silêncio é apenas entrecortado por breves comentários dos quais ambos apenas compreendem a profundidade. Ela convida-o para a festa. Contrariada? Contra a sua consciência consciente. Não tem a certeza, no entanto se deseja que ele compareça ou não. O passado continua imerso numa névoa de incerteza e presente. Tudo o que passou afinal ainda não passou. Continua nos seus olhares e nas suas meias palavras. No modo como resgatam cenários, conversas melífluas de memórias tão bem guardadas. Sally. Uma mais personagem do passado. Um sentimento puro e estranho no coração de uma mulher. Peter tinha ciúmes de Sally, uma rapariga inusualmente bonita, sensual, e que fumava.
Clarissa pressente o colapso. Pressente o passado a voltar e a devorá-la.
Richard voltou, trouxe um ramo de rosas vermelhasO tempo corria despercebido. A noite aproximou-se sem sobreaviso. A festa corria bem? Correria. Seu marido comparecia, sua filha apoiava. Esperava Peter no seu íntimo, sem o conhecimento da sua consciência. Viria? Viria…
Peter veio. O velho Peter Walsh voltou ao covil do seu tormento. Ruminara durante a tarde enquanto passeava absorto os jardins de Londres. E voltou. Nada importava mais que Clarissa. Passados todos estes anos, passado ele os cinquenta, só Clarissa continuava a importar.
De repente Clarissa volta-se, aquela voz é de Sally, reapareceu. Está transformada numa daquelas velhas senhoras, maternais, largas de anca e com um rancho de filhos. Tão mudada. Aquilo que recordava de Sally, o fumo do seu cigarro a evolar-se enquanto conversavam até de madrugada.
Clarissa respirou fundo, pensou para si que precisava continuar e escapuliu-se para a sala contígua. Sentou-se hirta no cadeirão. Voltou a respirar e aguardou que passasse.
Peter conversava com Sally. Peter reavivava o passado e com isso os sentimentos condensavam-se no seu peito tal como as lágrimas no canto dos olhos. Clarissa não voltou. A festa terminou e Clarissa não voltou.



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