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A Ética de Espinosa
(Jairo de Lima Alves)

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A Ética de Espinosa

A Ética de Espinosa começa por demonstrar algumas definições que preparam a de Deus, ou seja, prepara a definição de causa de si, de substância, de atributo e de modo. A estas se acrescentarão a definição de liberdade e eternidade.Partindo do axioma 1 que se segue ao enunciado «Tudo o que existe, existe em si ou noutra coisa», é necessária uma explicação. Diz-se noutra coisa ( in alio ) tudo o que não pode existir de outro modo que não seja como atributo de um sujeito, a título de qualidade ou de quantidade, de maneira de ser em geral; é dito ( in se ) o que só pode ser sujeito e nunca atributo, o que não é uma maneira de ser, mas propriamente um ser (um homem, uma pedra e não a cor ou o movimento).Espinosa reservou o nome de atributo para o que Descartes considerou como o atributo principal; os outros atributos ou maneiras de ser, qualidades ou afecções, Espinosa denominou modos. Ao contrário de Descartes, que considera a extensão e o pensamento como os atributos de duas espécies de substâncias (as substâncias pensantes ou espíritos, as substâncias extensas ou os corpos), Espinosa considera a extensão e o pensamento como dois atributos da única substância. A noção de substância só se aplica propriamente a Deus, ao ser que existe por si próprio ( ens a se ). No entanto, como entre coisas criadas há motivo para distinguir os seres e as maneiras de ser, então designa-se ordinariamente sob o nome de substância, em oposição ao atributo ou acidente, o qual só pode existir num sujeito ( in alio ), o próprio sujeito, que não existe noutra coisa, mas em si ( in se ). Assim sendo, a noção "espinosista" de substância resulta da rejeição desta ambiguidade, ou seja, para Espinosa não existe ens in se , ou ser em si, mas só o ser por si ( ens a se ). Como vimos em Espinosa: «Por substância, entendo o que existe em si e por si é concebido (quod in se est per se concipitur); quer dizer aquilo cujo conceito não carece de conceito de uma outra coisa, a partir do qual deva ser formado» (Ética, I, def. III). Neste sentido, a substância é concebida por Espinosa como o absoluto, o incondicionado, o que não depende de mais nada; o conceito de substância reduz-se ao de causa sui que Descartes aplicou a Deus e que constitui o objecto da primeira definição da Ética : « Por causa de si entendo aquilo cuja essência envolve a existência; ou por outras palavras, aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão como existente». Neste seguimento se Deus é concebido como absoluto ou causa de si, resulta daqui que Deus existe necessariamente. Então, como se deve conceber Deus?«Por Deus, diz Espinosa, entendo um ser absolutamente infinito, quer dizer, uma substância constituída por uma infinidade de atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita». Surge daqui uma das questões mais difíceis do "espinosismo": como se define o atributo para Espinosa?«Por atributo, diz ele, entendo o que o entendimento percebe de uma substância como constituindo a essência dela». Esta definição pode explicar-se pela consideração do atributo principal em Descartes. A extensão, atributo principal da substância corporal, faz-nos conhecer a sua essência.



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