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a catástrofe
(ricardoguilardi)

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Quatro aviões comerciais são sequestrados, as suas rotas e objectivos desviados para a colisão com determinados alvos em Nova Iorque e Washington. Desde o início o acto foi pensado como puro terrorismo. O terrorismo não é novidade no mundo, cada vez mais países o têm enfrentado, o Japão, a Itália, a Espanha, Portugal, o Reino Unido, etc. Sem querer parecer demasiado frio em relação a um fenómeno que tem vindo a ser explorado emocional e irracionalmente pelos nossos actuais meios de comunicação (totalmente subjugados à lógica espectacular), penso que perante um acto cujo preço é o da morte indiscriminada e a infusão da mais completa desordem do terror, manter a cabeça fria é o mínimo que as 3.067 vítimas pedem aos que casualmente sobreviveram. Claro que por trás desta ideia, existe um lugar comum, a de que o homem é quem constrói o seu futuro e que pese embora a morte inevitável de todos nós, a vida humana é e tem de ser a única vencedora. Para combater o terrorismo, não basta “retaliar” histericamente ou procurar uma vingança sobre um alvo aleatório, primeiro há que compreender o inimigo, saber quem é, quais as suas regras, os seus objectivos e sobretudo as suas motivações. Parto da afirmação, que aliás não é minha, de que o terrorismo é uma guerra, mas acrescento-lhe, indo um pouco mais longe, ele é a forma da guerra contemporânea, ele é a guerra indefinida e espectacular. Todos já percebemos que o terrorismo difere das anteriores formas de guerra. Na guerra dita convencional, existem certas regras formais que determinam a sua sacralidade (se assim me posso exprimir). A guerra tem um espaço (o campo de batalha), um tempo (o tempo compreendido entre a declaração de guerra e o armistício ou rendição) e abrange apenas determinados elementos da comunidade (geralmente homens adestrados no manuseamento de armas e no apogeu da sua força física). Em princípio nesta guerra convencional existem troféus, o território, as mulheres, as crianças, as riquezas materiais dos vencidos e muitas vezes o próprio sacrifício dos vencidos. As guerras eram realizadas entre comunidades vizinhas e mesmo a guerra de expansão territorial era geograficamente contígua. Desde cedo, o ocidente civilizado iniciou um processo de transgressão das próprias regras da guerra. A marinha primeiro, depois a difusão das armas de pólvora e mais modernamente a aviação são o fim do limite geográfico da guerra, pois permitem ultrapassar as fronteiras e atacar o inimigo no seu próprio território. Os actuais mísseis e a importância fulcral do domínio dos céus, é hoje uma evidência que não precisa de explicação. Na segunda grande guerra, assistimos aos ataques aéreos sobre cidades, o desrespeito das declarações de início da guerra, a morte massificada e integral de populações civis (lembremos o lançamento das duas bombas atómicas sobre o Japão e o extermínio dos campos de concentração nazis). Vemos aí a progressiva desregulação de dois aspectos essenciais, o tempo e a diferença entre civis e militares. A guerra perde a honra, os conflitos tornam-se iminentes e o terror é infundido nas populações civis. Nunca é demais lembrar que desde o fim da 2ª guerra mundial, a guerra nunca mais terminou no mundo, nunca mais houve um tempo de paz. Por outro lado, o drama das populações civis (não guerreiras – mulheres, velhos, crianças, inválidos, etc.) agravou-se com as deslocações maciças e com a perseguição cobarde dos comboios de refugiados. A consequência é o aparecimento da forma de guerra da guerrilha. Esta nova forma de guerra vem agravar a perda do limite entre populações civis e militares, bem como vem acentuar a perda das estratégias geográficas e espaciais. Na guerrilha (seja lá qual for a justificação dada pelos contendores) as populações civis entram em bloco para as fileiras da guerra, quer através da sua sedução ideológica, quer através da sua captura pela matança indiscriminada e pela infusão do terror. Na guerrilha assistimos pela primeira vez ao potencial bélico da



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