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Auto Da Barca Do Inferno
(Gil Vicente)

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AUTO DA BARCA DO INFERNO
Gil Vicente

O dramaturgo conseguiu reunir nessa peça sua maior obra, a crítica ferina carregada de divertimento e espírito reformador. Definido pelo próprio autor como um ?Auto de Moralidade?.

O cenário consiste em duas embarcações, em um porto imaginário aonde todas as almas chegam quando morrem. A ação da peça começa com a chegada dos personagens a esse porto em busca da vida eterna. A ?Moldura Simbólica? do auto é representada por esse espaço onde o teatro de costumes e de religiosidade alegórica foram ressaltados pelo autor. A preparação das barcas consiste na primeira cena... O diabo está alegre com a certeza de que receberá muitas almas, e o anjo ao contrário, encontra-se sério e quieto, porém ao assumirem posturas opostas fica o Diabo quase que dominando a peça, com uma alegria, simpatia e ironia que diverte o público.

O Fidalgo Anrique é a primeira figura do auto, trazendo como referencia de sua posição, um pajem carregando uma cadeira com encosto e ricamente vestido. Nada disso faz diferença porque o julgamento é moral. O Diabo é o primeiro a receber as almas, convida o fidalgo a entrar na barca, ao saber do destino ele zomba. Por ter deixado alguém que rezasse por ele queria ir para o paraiso, porém que ao ser rejeitado pelo anjo ele mostra certa humildade quando se arrepende da vida vazia que levou. O que levou a condenação desse personagem que foi a tirania, a frivolidade e soberba.

O próximo é o Onzeneiro Ambicioso. Esse personagem é condenado pela avareza e ganância, traz consigo uma grande bolsa onde guardava o dinheiro que roubava das pessoas quando vivo em suas agiotagens; o Diabo o cumprimenta alegre; ele se recusa a entrar nesse batel, mas é despedido pelo anjo que condena por exercer a Onzena...

Quase enganado pelo Diabo que o quer embarcar, a próxima figura do Auto é o Parvo, ingênuo Joane. Que escapa dizendo palavrões quando descobre o destino dessa barca. Ao se deparar com o anjo é acolhido, sua sentença é de glorificação da modéstia e da humildade.

O sapateiro ladrão chega carregado de pesadas formas, que apontam para sua profissão. Quer saber onde esta a barca destinada aos que morreram confessados e comungados, o diabo o lembra de que, por anos ele roubou o povo com seu oficio, tenta alivio de sua pena com o anjo, mas sem sucesso! Sua condenação é por má fé no comércio e hipocrisia religiosa.

O Frade namorador é o próximo, chega com sua namorada Florença, além das vestes sacerdotais ele traz suas esgrimas. O Diabo alegre e simpático os convida a embarcar, o frade se espanta. Recorre ao anjo, reprovador o anjo nem sequer esboça uma palavra. O frade muito apegado aos prazeres do mundo.
O frade recebe condenação por falso moralismo religioso.

A Alcoviteira Brísida Vaz chega recusando entrar na barca do Diabo ela grita que possui bens... O Diabo se encarrega dela, pois se agrada muito com sua sordidez, de nada adianta ela tentar envolver o anjo com sua maneira sedutora, é na barca para o inferno que embarca.
Sua sentença é a condenação por feitiçaria e da prostituição.

O Judeu rejeitado chega trazendo um bode nas costas, o bode simboliza o judaísmo, o Diabo perde a alegria, recebe o judeu com má vontade, esse ao saber o destino quer embarcar, mas o Diabo alega não aceitar o bode em sua barca. O Diabo cede por fim deixando que ele e o bode seguissem viagem rebocados num barco ao lado do seu. Essa passagem do judeu é de difícil interpretação e Gil Vicente se mostra um pouco dividido por ora defender e ora criticar os judeus ao decorrer de sua obra.

O Corregedor (mesmo que juiz hoje), chega com autos e processos, esse personagem ao ser convidado pelo Diabo desfere uma defesa singular, misturando latim forense com português. Nessequesito o autor consegue dar graça a seriedade da situação.
Ele através do humor mostra a instabilidade da formação dos homens de lei de seu tempo.

Em meio a esse tumulto chega ao porto o Advogado (procurador do estado) carregando livros, o Procurador é convidado para entrar na barca para o inferno, como o corregedor ele se recusa a entrar, não sendo recebidos pelo anjo, eles acabam por fim indo fazer companhia a Brísida que em vida respondeu a muitos processos e era conhecida dos dois. A sentença deles é a condenação da burocracia corrupta e do uso do poder em beneficio próprio.

O próximo personagem que se aproxima vem trazendo em seu pescoço ainda a corda com a qual se enforcou. O Enforcado Testa-de-Ferro Pero de Lisboa tenta a redenção dos crimes que cometera, o Diabo tira suas esperanças, afinal ele não passava de um testa-de-ferro, que assumia e praticava crimes, para poupar o nome de seu chefe e dividia com ele os lucros. Mais uma vez é colocada em destaque a crítica a burocracia corrupta.

Os Quatros Cavaleiros de Cristo, são os últimos personagens, trazem armas e uma cruz, (símbolos do cristianismo), mortos nas cruzadas, passam direto pelo Diabo em direção a barca do paraíso, o Diabo os chama, os convida, mas eles passam sendo recebidos pelo Anjo. Os quatro são recebidos pelo anjo e assim termina a peça.
A sentença dos Quatro cavaleiros é a glorificação do ideal das cruzadas e do espírito do Cristianismo puro.



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