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Budapeste
(Chico Buarque de Hollanda)

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Quarto
livro de Chico Buarque, que o escreveu na sua casa no Rio de Janeiro e
no apartamento em Paris, Budapeste é caracterizado pela história de um
ghost-writer, alguém que escreve o que outras pessoas assinam, artigos
para jornal, discursos de autoridades, autobiografias e, no ápice,
poemas. Um autor anônimo, um brilhante autor anônimo. O personagem
principal de Budapeste é o ghost-writer José Costa que vive no Rio de
Janeiro. É casado com Vanda, que engravidou num momento em que ele se
sentia despojado de amor próprio. Gerou Joaquinzinho. Na qualidade de
sócio-proprietário da Cunha & Costa Agência Cultural, fundada pelo
amigo de infância Álvaro Cunha, seu trabalho é escrever para outras
pessoas discursos, declarações, notas e artigos inteiros que, não raro,
alcançam sucesso, são comentados, forjam jargões, mas o mantêm anônimo.
Sua solidão, contudo, é relativa. Existem tantos como ele espalhados
pelo mundo que chegam a se reunir em congressos mundiais de escritores
desconhecidos. Na volta de um desses eventos, realizado em Istambul,
Turquia, seu avião é desviado para Budapeste, Hungria, onde pernoita.
Como ninguém por lá sabe pronunciar José Costa, surge, então, Zsoze
Kósta, um brasileiro apaixonado, ou melhor seduzido, subjugado pela
língua magiar a ponto de passar a viver com a bela Krista, mulher que
lhe ensina o novo idioma. É do diálogo entre os dois personagens que se
alimenta Budapeste.
José
é capaz de escrever sobre qualquer assunto, desde que seja sob a forma
de prosa. Atinge o cume de sua carreira ao criar O ginógrafo, autobiografia erótica de Kaspar Krabbe, um executivo alemão que zarpou de Hamburgo e adentrou a Guanabara. No Brasil, aprendeu a
escrever o português no corpo de uma certa Tereza, e mais tarde nos
corpos de prostitutas e estudantes que chegavam a fazer fila para
merecer tal atenção. Na pele de Zsoze, ele só escreve em versos. Assim
que começa a dominar o idioma magiar, cria um livro de poemas, Titkos
Háramsoros Versszakok ou Tercetos secretos, que sai assinado por um tal
de Kocsis Ferenc, poeta em franca decadência. São referências cruzadas
que se repetirão pelo livro.
Em
certo momento, José abandona Vanda no Rio de Janeiro para descobrir-se
Zsoze nos braços de Krista, em Budapeste, e vice-versa. Sempre que está
na capital húngara ou na Cidade Maravilhosa hospeda-se no Hotel Plaza,
nome genérico que obedece à estranha regra de nunca se localizar numa
praça. Mas Vanda acaba se apaixonando pela autobiografia do alemão
Krabbe, escrita por José. Enquanto Krista considera os poemas nada mais
que ?exóticos?, o que leva Zsoze a romper com ela. Esta idéia de
espelhos, simulacros e duplos remete a escritores como Henry James e
Jorge Luis Borges, como sinaliza o onipresente José Miguel Wisnik,
encarregado do texto de apresentação do livro. Aos que se identificam
mais com histórias do que com estruturas, porém, a liberdade de
José-Zsoze em lidar com seus devaneios guarda ecos de Phillip Roth e
Rubem Fonseca nos seus melhores momentos. A diferença é que o
personagem de Chico Buarque se revela voyeur de si próprio e de seus
delírios.
O
que chama a atenção em Budapeste, principalmente em relação aos enredos
asfixiantes dos livros anteriores, é a linguagem mais palatável,
sedutora até, com que envolve o leitor para enfim aprisioná-lo numa
armadilha estilística: o que é verdade e o que não é?
Enfim, um romance do duplo e de muita erudição - tão popular na literatura européia do século XIX e XX.



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