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A Criança Em Desenvolvimento
(Helen Bee)

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A discussão sobre a natureza versus o meio ambiente, também conhecida como hereditariedade versus ambiente ou nativismo versus empiricismo, é uma das mais antigas e centrais questões teóricas tanto da psicologia quanto da filosofia. Entretanto, o que fica claro após a leitura de A Criança em Desenvolvimento é que ao observarmos o crescimento das crianças, faz-se necessário para a compreensão do funcionamento do desenvolvimento das mesmas, explorarmos tanto os fatores biológicos como também os culturais, bem como a interação ocorrida entre ambos, para a partir de então, explicarmos o que permanece e o que muda. Afinal, como enfatiza a autora, tanto o fator hereditário quanto o meio são essenciais e paralelos. Existem pelo menos duas maneiras para se observar as influências entre natureza e meio ambiente. Uma delas é procurar padrões de interações comuns e normativos entre natureza e meio ambiente, outra forma é atentar-se variações que ocorrem de criança para criança nas interações natureza/meio ambiente: o efeito diferenciado que o mesmo ambiente acarreta em crianças diferentes.
Uma referência importante é o estudo da vulnerabilidade e resistência das crianças. Para Horowitz, a vulnerabilidade ou resistência inata interage de acordo com o ?caráter facilitador do meio?. Compreende-se que o mesmo ambiente surte efeitos diferentes, de acordo com as capacidades ou qualidades infantis. Outra questão muito enfatizada na psicologia desenvolvimentista é referente à natureza da mudança desenvolvimental: a criança amplia ?a mesma? capacidade, ou refere-se a um tipo novo de capacidade, essas mudanças seriam quantitativas ou qualitativas. A idéia da existência de estágios no processo de desenvolvimento da criança, sugere que a mesma, a cada novo estágio passa a agir de maneira diferente ao realizar as tarefas, passando concomitantemente a ver o mundo de uma forma nova e se preocupando com questões diferentes das do estágio anterior. John Flavell, por sua vez, ressalta apenas algumas limitadas evidências de estágios em pesquisas sobre o desenvolvimento cognitivo, afirmando que há sim seqüências no desenvolvimento, não se podendo de tal modo, afirmar com certeza a idéia e existência de estágios de desenvolvimento infantil.
Helen Bee expõe ao leitor as idéias que sustentam os quatro grupos de teorias que influem no estudo do desenvolvimento humano. Como principais abordagens, a autor destaca: as teorias biológicas, as teorias da aprendizagem, as teorias cognitivo-desenvolvimentais e a abordagem psicanalítica. As teorias biológicas do desenvolvimento têm como base a idéia de que os padrões comuns de desenvolvimento e as tendências comportamentais próprias de cada indivíduo são parcial ou inteiramente programadas geneticamente, ou sofrem influências dos processos fisiológicos (ex. mudanças hormonais). Não que o ambiente não tenha importância para o desenvolvimento, porém a programação genética é considerada mais relevante pelos adeptos dessa teoria. Por outro lado, os defensores das teorias da aprendizagem dão ênfase ao papel dominante da experiência, segundo eles, a aprendizagem pode ocorrer simplesmente pela observação, chamada de aprendizagem observacional ou modelagem, chamam a atenção também para os reforços intrínsecos, orgulho e ou descoberta. Para os adeptos dessas teorias, o condicionamento clássico e o condicionamento operante são dois processos importantíssimos no desenvolvimento infantl, o primeiro envolvendo a aquisição de sinais novos para respostas existentes e o segundo a associação de uma nova resposta a um antigo estímulo, através de reforço.
No que tange à abordagem psicanalítica, verifica-se que esta tem como base a idéia de que o comportamento é governado por processos inconscientes; um segundo ponto básico é a consideração de que a personalidade já possui uma estrutura, que se desenvolve ao longo do tempo; o desenvolvimento para os teóricos psicanalíticos é do tipo estágio, sendo este centrado numa forma de tensão ou tarefa específica. Já em relação às teorias cognitivo-desenvolvimentais, nota-se que estas consideram tanto os aspectos internos como externos nas mudanças, sendo a criança entendida como agente no processo do desenvolvimento, cabe mencionar ainda, a ênfase que esta linha teórica dá às explorações de objetos por parte da criança. Seu principal representante é Piaget, que acredita que o meio não molda a criança, o processo pelo qual o organismo humano utiliza para desenvolver, é o processo de adaptação (assimilação, acomodação e equilibração), para Piaget há quatro estágios de desenvolvimento, que seguem sempre a mesma seqüência.

A autora menciona ainda outros exemplos de concepções, como as teorias mais recentes do apego da criança aos pais, que combinam conceitos psicanalíticos básicos com temas claramente cognitivos, como a noção de um modelo funcional interno. Por fim, cabe destacar que diante do acesso ao repertório de abordagens apresentadas neste livro, tanto psicólogos, educadores e pais, efetivamente preocupados com o bom desenvolvimento de seus filhos, podem procurar através da compreensão e comparação das diferentes teorias e da busca constante pelo aprimoramento de seus conhecimentos - reconhecendo sempre a mutabilidade dos mesmos - melhor contribuírem para um melhor desenvolvimento cognitivo e emocional de nossas crianças.



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