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Continuaçao Do Cigarro
(Drauzio varella)

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A estratégia de rebater todas as evidências de que o cigarro provoca doenças mortais conseguiu assegurar aos fabricantes o direito de manter, por muitos anos, a propaganda do cigarro pelos meios de comunicação de massa, com mensagens dirigidas a adolescentes, concebidas para aliciá-los à escravidão da dependência de nicotina. Existe, na história do capitalismo, exemplo mais abominável de crime contra as crianças, perpetrado em nome do lucro?Nos dias de hoje, esse aliciamento criminoso se faz sentir especialmente nos países em desenvolvimento, nos quais a defesa da saúde pública ensaia os primeiros passos e a vida humana parece valer menos. Conformada com a perda de mercado nos países industrializados, a indústria do fumo descarrega seu poder de fogo para conquistar novos dependentes nos países pobres.No Brasil, apesar do avanço inegável dos últimos anos, a adoção de medidas restritivas à publicidade do cigarro aconteceu com 30 anos de atraso em relação aos Estados Unidos, como nos lembra o autor. Desde 1971, é proibido anunciar cigarro na TV americana; no Brasil, a proibição foi feita há pouco mais de um ano. Durante 30 anos, nossas crianças foram bombardeadas com mensagens para induzi-las a fumar, enquanto as americanas eram protegidas pela legislação de seu país.Da mesma forma, atualmente, enquanto as multinacionais da indústria de tabaco concordaram em pagar 246 bilhões de dólares para convencer os 50 estados americanos a desistir de mover contra elas ações por fraude contra a saúde pública, aqui não arcam nem sequer com um centavo das despesas com o tratamento das doenças provocadas pelo cigarro. Por quê? Para essas companhias, a vida de um cidadão americano vale mais?Nesse campo vale a pena acompanhar com todo o cuidado a ação que a Associação em Defesa da Saúde do Fumante (Adesf) move contra a Souza Cruz e a Philip Morris e que conseguiu, no Supremo Tribunal, a inversão do ônus da prova, isto é, as companhias é que terão de provar que cigarro não vicia. Foi uma ação similar a essa que possibilitou o acordo de US$ 246 bilhões nos Estados Unidos, como bem ressalta Carvalho.O ponto alto do livro, no entanto, está no capítulo Por que o Cigarro Conquistou o Mundo. Nele, o autor toca num ponto quase nunca lembrado, mas absolutamente fundamental para entender qualquer dependência química: o usuário sente prazer ao consumir a droga.No caso da nicotina, esse prazer está ligado à sua interação imediata com receptores dos neurônios situados em áreas do cérebro associadas às sensações de prazer e de recompensa e à busca da repetição do estímulo que provocou o prazer. Se um cigarro for consumido em dez tragadas, o autor calcula, o cérebro do fumante de um maço por dia verá esse circuito repetir-se 73 mil vezes por ano. E pergunta com lógica cristalina: que outra droga provoca 73 mil impactos de prazer num ano? Nessa pergunta elementar está a resposta à dificuldade enfrentada pelos 80% ou mais dos que fracassam na tentativa de abandonar o cigarro. Nela está a explicação de por que é mais difícil largar do cigarro do que do álcool, da maconha, da cocaína, da heroína, da morfina ou do crack.



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