Períodos Literários
(Literatura Comentada)
PERÍODOS LITERÁRIOS A ordenação de fenômenos literários no tempo denominamos período literário, escola ou movimento literário. Cada período é determinado por critérios estéticos e critérios de tempo. Critérios estéticos entende-se por conjunto de normas que dominam a literatura num dado momento. Estilo é um fato histórico determinado pela ideologia de um dado momento e suas manifestações culturais. Existem obras que preponderam sobre outras e passam para a história, assim como existem obras que convivem em mais de um estilo. Levando-se em consideração, critérios estéticos, estilo, critérios de tempo e fatos históricos a literatura está ordenada por períodos literários. CANTIGAS MADIEVAIS Surge na Idade Média a poesia cavalheiresca que diferentemente da poesia clássica, trás como tema o amor, a ternura e a intimidade do sentimento, a ansiedade e a devoção à amada. As cantigas medievais de dividiram em: cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio. As cantigas de amor tinham características da poesia cavalheiresca cortês, cantava a figura da amada como uma imagem ideal, o homem ousava confessar o seu amor impregnado de sensualismo e audácia, diferente de fases anteriores. As cantigas de amigo, nascidas na comunidade rural e surgidas da inspiração popular. As cantigas de escárnio denunciavam irregularidades na vida doméstica e familiar, de gênero satírico. Além da poesia, a literatura medieval inspirou romances de cavalaria que descreviam as aventuras do Rei Artur, herói mítico. No Brasil, a obra de Anchieta apresenta traços de medievalismo. RENASCIMENTO A arte renascentista liberta-se dos dogmas religiosos, faz oposição ao teocentrismo e faz culto aos valores da Antiguidade Clássica e humanística, o renascimento fixa-se no mundo científico. O homem passa a ser valorizado pela sua capacidade de conhecimento, o sentimento religioso não desaparece, porém, deixa de ser primordial. O renascentismo valoriza a razão voltando-se para a realidade e colocando o homem no centro do mundo, é um estilo de elite antipopular impregnado de cultura latina. Imita as normas estéticas de Aristóteles e de Horácio. O renascimento brasileiro recebeu influência da literatura portuguesa, por Camões. MANEIRISMO O Maneirismo foi um estilo de elite, reduzido a um grupo de intelectuais e teve como características; a fusão do cômico e do trágico, a figura do herói, ora ridículo, ora sublime e a síntese de elementos sensuais e intelectuais. Com uma linguagem carregada de metáforas e jogos de palavras misturando a realidade e a fantasia. São exemplos de maneiristas: Cervantes, com Dom Quixote e Shakespeare. A literatura brasileira não teve obas maneiristas. BARROCO O estilo barroco é considerado uma contra-reação aos conceitos renascentistas, uma tentativa de retorna à tradição cristã, com objetivo de conciliar o saudosismo da religiosidade e a impossibilidade de negar os valores mundanos. Uma das características mais marcantes do estilo barroco é o uso exagerado de ornamentos e a falta de clareza e elegância, tornando a arte extravagante e confusa. O paradoxo se manifesta na linguagem, pelo uso de antíteses, isto é, uma palavra oposta a outra em significado na tentativa de unir idéias contraditórias. O barroco demonstra a perplexidade existencial do homem que se disfarça no ludismo das formas, refletindo-se na construção dos palácios e mosteiros da época, nos rituais das cortes de Luís XVI, na França e na de D.João V, em Portugal. No Brasil, o estilo Barroco se manifesta na poesia de Gregório de Matos, na escultura de Aleijadinho, na pintura de Ataíde e na música de Lobo de Mesquita. NEOCLASSISMO O neoclassismo embasadonas teorias poéticas de Aristóteles e Horácio prega o crível, o possível e o provável. Na época de Diderot, Rosseau e Montesquieu, que acreditavam na melhoria da vida social graças a divulgação do saber; a essa tendência denominou-se Iluminismo. Paralelamente ao Neoclassismo e Iluminismo aparece o Arcadismo, que se liga a Arcádia, região da Grécia Antiga habitada por cantores e pastores que levam uma vida simples, em contato com a natureza e que passa a ser exaltada como um bem perdido. A evocação mitológica por nomes, situações e sentimentos que pertenceram ao patrimônio clássico, uma escassa dicção pessoal do poeta e a generalização do estilo tornaram os poemas convencionais e monótonos. Os neoclassistas brasileiros são: Tomás Antônio Gonzaga, com Marília de Dirceu, e os poetas Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, Basílio Gama e Santa Rita Durão, mineiros de Vila Rica.
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