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Gil Vicente: O Criador Do Teatro Português
(Colégio Objetivo)

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O Genial Criador do Teatro Português
Pouco se conhece sobre o primeiro e maior dramaturgo de Portugal. Sabe-se que Gil Vicente nasceu por volta de 1465; encenou sua primeira peça, O monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação, em 1502, sob proteção da rainha D. Leonor; foi colaborador do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende; desempenhou , na Corte, a importante função de organizador das festas palacianas. Obteve grande prestígio junto à Corte de Avis, o que lhe permitiu e, em 1531, por ocasião de um terremoto, num discurso em Santarém, censurar energicamente os sermões terríficos em que estes explicavam a catástrofe com resultado da ira divina.
Outra demonstração de sua influência nos meios palacianos é uma carta escrita ao rei, na qual colocava sua posição contra a perseguição dirigida a judeus e cristãos- novos.
Suas encenações alcançaram largo sucesso na Corte e são referidas por vários contemporâneos do dramaturgo. Floresta de Enganos, peça encenada em1536, é a última referência do autor. Supõe-se que tenha morrido em 1537, mas não há provas concretas.
Em 34 anos de atividade teatral, Gil Vicente encenou e representou cerca de 46 autos e farsas, sendo 17 em português, 18 bilíngües (com uso do espanhol e do dialeto saiaguês, falado em Salamanca) e 11 em castelhano. Foi, ao mesmo tempo, autor, diretor e ator de muitos de seus autos e farsas.
É considerado o maior dramaturgo ou teatrólogo da língua portuguesa. Foi cognominado O Genial Criador do Teatro Português, em alusão ao fato de ter sido o primeiro autor a impor o texto escrito às encenações teatrais. Como para a Literatura o importante é o texto que se escreve para a representação, Gil Vicente é considerado o fundado do teatro português.
Quando Gil Vicente atinge plena maturidade de sua arte opera-se a secularização completa e definitiva de seu teatro. A galeria de tipos alarga-se e enriquece-se párea nos oferecer uma substancial reconstituição da sociedade de seu tempo: dos beberrões aos nobres, passando pelos camponeses, ciganos, judeus, alcoviteiras, bobos, padres moralmente relaxados, fidalgos decadentes, burgueses gananciosos, artesão ambiciosos, usurpadores, corruptos. Esses tipos são definidos não só pelas ações, hábitos e vestuários, mas também pela linguagem peculiar a cada um deles. Gil Vicente revela toda sua força dramática, captando os flagrantes da vida real, tipos e ambientes com grande poder de evocação realista e relevo caricatural.
A crítica social e a dramaturgia religiosa revestem de forte intenção moralizadora, pelas alegorias que aproveitam temas bíblicos, bucólicos, cavaleirescos, e mitológicos.
Gil Vicente traz ao palco toda a nação portuguesa. Apesar de ser, do ponto de vista cênico, um teatro rudimentar, primitivo, baseado na espontaneidade e na improvisação, está vazado em alta poesia dramática. É um teatro que revela o profundo pensamento cristão do artista a serviço de uma causa: sua obra é uma arma de combate, de acusação e de moralidade.

Autos e Farsas

Autos
Inspirados no teatro religioso da Idade Média, nos mistérios, nos milagres e moralidades, encerram uma intenção moralizante e personagens alegóricas (anjos, demônios, etc) que são personificações de virtudes e defeitos humanos.

Farsas
Inspiradas no teatro profano (não-religioso), visam a caracterizar, em simples episódios ou em narrativas mais complexas, tipos característicos da sociedade portuguesa, na transição entre a Idade Média e o Renascimento.

Auto da Barca do Inferno
Representada pela primeira vez em 1517, a peça de Gil Vicente faz parte de uma trilogia em que assistimos a um desfile de almas de mortos prestes a embarcar para a eternidade.
Os títulos das peças indicam os possíveis destinos da viagem: Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória.
Na primeira peça, os mortos são confrontados com o Diabo, que, com fina ironia (é um diabo muito bem humorado e com grande presença de espírito), lhesapresenta as razões pelas quais devem embarcar no seu ?batel? (navio), que vai para a ?terra perdida?. Todos resistem e se dirigem ao Anjo, que guarda a barca do Paraíso. O Anjo, em tom solene (ele não tem a graça do Diabo), mostra a quase todos (só há exceção em dois casos) que seu caminho é irremediavelmente o inferno, tendo em vista a vida que levaram. E quem são os mortos? São figuras alegóricas, que representam classes ou categorias sociais, como o Fidalgo, arrogante e falso, o Onzeneiro (usurário), explorador dos outros, o Sapateiro, ladrão dos fregueses, o Frade, que vem acompanhado de sua amante, a Alcoviteira (cafetina), que fornecia moças para homens de dinheiro e poder, o Judeu, contra quem até o Diabo demonstra prevenção, o Corregedor (juiz), pomposo e corrupto, o Procurador, desonesto como o juiz, o Enforcado, que acreditava que a forma por que morreu lhe garantia a ida para o céu.... Só são aceitos pelo Anjo o Parvo (idiota), camponês explorado e sofredor, e quatro Cavaleiros que morreram em defesa da fé de Cristo.
Nesse desfile de almas, temos um amplo quadro crítico da sociedade portuguesa da época, apresentado em versos de enorme recanto, pois são altamente refinados e não se afastam da linguagem da época em seus vários registros. Por tais motivos, Gil Vicente é considerado, por críticos de importância, como o poeta mais original de Portugal e o maior dramaturgo europeu de sua época.



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