A Questão Racial
(RESENHA MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO)
A QUESTÃO RACIAL
Maria Luiza Tucci Carneiro
A autora considera o trabalho de Caio Prado Junior como multidisciplinar, inclusive pioneiro na área sobre a raça, ocupando um lugar de destaque no pensamento contemporâneo. Sua obra ?Formação do Brasil Contemporâneo?, segundo Maria Luiza, desmistificou muitos falsos valores.
Até antes o pensamento racista tinha o negro e o mestiço como principal objeto cientifico, caracterizados como uma raça inferior.
Inúmeros autores, cada qual a seu modo insistiam nesse conceito desfavorável a negros e índios, até certo ponto como Oliveira Vianna julgava um fator de decadência dos arianos, uma ralé e assim negros e índios não conseguiam imitar os brancos.
Maria Luiza diz que Gilberto Freyre mudou um pouco essa visão com ?Casa Grande &Senzala?, passando a explicar essas diferenças no modo social, assim nos anos 40, as teorias racistas perderam para as pesquisas, foi um momento de transição e surgem novos autores e entre eles, a autora desta Caio prado como o que marca esse período de ruptura do pensamento racista, um intelectual na Era Vargas, na defesa dos marginalizados, do índio, do negro, denunciando o preconceito como um ?triste espetáculo humano?.
A autora não concorda com Caio Prado que a cultura contribuiu de forma negativa, a miscigenação não foi cultural. Também que a igreja honrou no Brasil a tradição democrática e serviu de entrada para os mestiços no clero brasileiro, portanto ele não se lembra que essa igreja sustentou leis que levaram muitos ao Tribunal do Santo Oficio, sendo julgados tendo os bens confiscados e muitos queimados em na fogueira.
A autora não pretende desmontar o texto de Caio Prado, mas diz da importância deste quando marcou um momento na historia do Brasil de rompimento do pensamento ideológico da questão racial.
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