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Cecília Meireles
(Ivaldo Tenório)

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Cecília Meireles
Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901, mesma cidade em que morreu, a 9 de novembro de 1964. Além de poetisa, foi professora, pedagoga e jornalista. Nessas três profissões desenvolveu trabalhos de grande valor. Na poesia, escreveu algumas das melhores de toda nossa literatura; como jornalista atuou com seriedade em frente a uma imprensa dominada pela repressão e censura do governo Vargas, apesar disso soube defender os seus ideais; como professora e pedagoga sempre lutou por uma educação democrática e igualitária. Desde cedo aprendeu a conviver com a solidão e com a morte, por isso mesmo defendeu em seus temas algumas das suas melhores poesias. Ninguém mais que ela mesma para falar de sua vida:
-Nasci no Rio de Janeiro, três meses depois da ;-Cecília Meireles, em desenho de Apard Szènes; morte do meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas ao mesmo tempo me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento da minha personalidade. -Cecília Meireles.
A paixão pelos livros e a leitura norteiam o caminho da jovem Cecília. Aos 16 anos, ela se diploma professora. A vontade e o fascínio pelo -;saber a conduzem, então, para o estudo de outros idiomas e para o Conservatório Nacional de Música, onde tem aulas de canto e violino. Ainda que "fizesse versos" e compusesse cantigas para os seus brinquedos desde a escola primária, é na adolescência que Cecília Meireles começa a escrever poesias, segundo sua própria definição. Em 1919, aos 18 anos, ela publica seu primeiro livro de poemas:Espectros, iniciando um período de grande produção.
Sua obra marcada didaticamente pelo Modernismo, não deixou de ter a influência do Simbolismo e de técnicas encontradas no classicismo, gongorismo, romantismo, parnasianismo, realismo e surrealismo. Como se vê, Cecília não tinha uma estética específica, pois sua obra sofre influência dos mais diferentes estilos de época. Mas se existe algo que ela soube trabalhar com muito domínio e sensibilidade foi o lirismo, não qualquer lirismo, mas um profundo lirismo de fazer-nos ler e reler sua obra. Observe o que há no se poema Canção:
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Ou no seu Retrato:
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
? Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Os poemas acima foram retiradas de uma de suas obras mais importantes, Viagem, além desta publicada em 1939, ano que ganhou o prêmio da Academia Brasileira de Letras, publicou após 1939: Vaga Música ;1942, Mar Absoluto e Outros Poemas ;1945, Retrato Natural;1949, Romanceiro da Inconfidência ;1953, Metal Rosicler;1960, Poemas Escritos na Índia ;1962, Solombra; 1963 e Ou Isto ou Aquilo ;temática infantil, 1964. Escreveu também em prosa, dedicando-se a assuntos pedagógicos e folclóricos, sobre estes assuntos ela versou bastante em conferências realizadas em Portugal. Produziu prosa lírica, com temas versando sobre sua infância, suas viagens e crônicas. Algumas de suas obras em prosa: Giroflê giroflá ;1956, Escolha seu Sonho ;1964 e Inéditos ;crônicas - 1968.
A obra Viagem; 1939, grande responsável pelo prêmio da ABL, lança Cecília Meireles definitivamente no mundo da literatura e a partir daí ela passa a ser conhecida e reconhecida no Brasil para depois ser traduzida e também reconhecida no mundo; No livro Romanceiro da Inconfidência;1953, temos um retrato fiel elírico do que foi a Inconfidência Mineira, a tragédia de Tiradentes e uma reconstituição digna de ser lida e analisada do final do século XVIII. Em Baladas para El- Rei, os poemas são trabalhados a partir das assonâncias, aliterações, repetição das palavras, sugerindo-nos uma elegante musicalidade, está marcado aí o Neo-Simbolismo; No seu Nunca mais... e Poemas dos Poemas há o desejo da união da alma humana com Deus.
Cecília nos ensinou com os seus versos a pureza do lirismo e a musicalidade fluente.
Decorridos 37 anos de sua morte, hoje comemoramos o seu centenário com muito orgulho, orgulho de tê-la em nossas letras, orgulho de ler e de se sensibilizar com o seu lirismo apaixonante e que esse lirismo se faça cada vez mais presente em nossas leituras.



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