Clarice Lispector
(Mercedes Penna Carvalho)
Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia, em 1925. Criancinha, veio para o Brasil com a família. Seu primeiro romance foi publicado em 1944 e se chamou Perto do coração selvagem. Fica um tempo fora do país, acompanhando o marido. Viveu na Itália, Suíça e Estados Unidos. Volta ao Brasil em 1950. Morre em 1977, ainda nova e com mil delicadezas para serem escritas.
Clarice Lispector pertenceu à moderna literatura brasileira. Em toda a obra, ela questiona o ser, o estar-no-mundo, pesquisa o ser humano. Procura a vida em objetos, no mundo das coisas. A relação de identidade ao explorar o mundo mostra uma inquietação típica da autora. Será que o ser humano se coisifica?
Com relação à linguagem há em Clarice uma certa preocupação em valorizar as palavras. Explora todos os possíveis significados. Utiliza os vários recursos estilísticos. Emprega metáforas, aliterações, assonâncias, sinestesias. Linguagem rica que, carregada de sensibilidade, mostra um ser humano que transpira emoção.
Clarice é isso, exuberante nas palavras, simples no coração, maravilhosa em seus livros. O leitor se extasia diante da magia produzida pela autora. O mundo das letras tem alguém que não esmaga as palavras nas entrelinhas, pois o melhor está nas entrelinhas.
Todo esse subjetivismo encontramos nessa autora intimista, que se afasta do meio social, da sociedade em crise, para preocupar-se com a crise da existência, do indivíduo, de sua consciência. Saibamos sorver cada palavra, cada expressão, cada frase. E que fiquem para sempre!
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